Derrotado na Câmara, Jair Bolsonaro foi às redes na manhã desta quarta-feira (22) tentar lucrar politicamente com a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional 15/2015, que dá garantias constitucionais ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). O texto-base da PEC foi aprovado por 499 votos a favor. Apenas sete deputados foram contra, todos eles bolsonaristas. No segundo turno, um deles se absteve.
Nas redes, no entanto, Bolsonaro comemorou como se fosse uma vitória do governo. “Transformamos o Fundeb em permanente, aumentamos os recursos e o colocamos na Constituição”, escreveu o presidente logo pela manhã no Facebook, junto a uma foto em que aparece na chuva ao lado de um aluno de um colégio militar.
Omisso em relação ao Fundo e trabalhando para que a PEC caducasse sem passar pelo Congresso, Bolsonaro colocou ministros, como Paulo Guedes, da Economia, para apresentar propostas que visavam desidratar o Fundeb.
Entre essas propostas, o governo queria transferir recursos do fundo, que é dedicado exclusivamente à Educação Básica, para o Renda Brasil, que reformula o Bolsa Família. Além disso, Guedes pretendia usar o dinheiro da educação pública para criar um “voucher” para que pais de alunos pudessem pagar escolas privadas. As propostas, no entanto, foram rejeitadas pelo Congresso.
Nas redes sociais, o deputado Major Vítor Hugo, líder de Bolsonaro no Congresso foi atacado por bolsonaristas ao dizer que o governo foi a favor do Fundeb e “por isso, votamos a favor, a base inteira, com pouquíssimas dissidências”.
“Pior que uma decisão errada é chamar os parlamentares corretos de dissidentes”, comentou o blogueiro Allan dos Santos, investigado como um dos líderes da milícia virtual bolsonarista.
No primeiro turno, votaram contra a PEC os deputados bolsonaristas Paulo Martins (PSC-PR), Bia Kicis (PSL-DF), Chris Tonietto (PSL-RJ), Filipe Barros (PSL-PR), Junio Amaral (PSL-MG), Luiz P. O.Bragança (PSL-SP) e Márcio Labre (PSL-RJ).