O governo do Distrito Federal desmanchou o acampamento do grupo 300 do Brasil na Esplanada dos Ministérios. O GDF atendeu a um pedido do Ministério Público, que solicitou o desmanche do acampamento devido a pandemia de covid-19 e do reconhecimento do estado de calamidade pública. O grupo protestou nas redes sociais, afirmando se tratar de perseguição.
A ação de retirada foi feita pelo programa DF Legal, como é chamada a Secretaria de Estado de Proteção da Ordem Urbanística do Distrito Federal, e contou com apoio da Polícia Militar (PM).
Membros do grupo reclamaram nas redes sociais sobre a retirada do acampamento. Sara Winter, líder do grupo, disse em seu Twitter que o acampamento foi “tomado à força” e pediu uma reação do presidente Jair Bolsonaro.
O grupo é chamado pelo ministério público de “milícia armada”. Sara confessou recentemente que o grupo conta com proteção de pessoas armadas. “Em nosso grupo, existem membros que são CACs (Colecionador, Atirador e Caçador), outros que possuem armas devidamente registradas nos órgãos competentes. Essas armas servem para a proteção dos próprios membros do acampamento e nada têm a ver com nossa militância”, disse Sara à BBC News Brasil.
Além de ter entre seus membros gente que defende o fechamento do Congresso e do STF, líderes do movimento dizem que um de seus principais obejtivos é “exterminar a esquerda”. O grupo, que se organizou por redes sociais e aplicativos de conversa, conta com apoio de parlamentares alinhados ao governo.
Sara Winter também é investigada no inquérito das fake news, por suposta participação em uma quadrilha que cria e espalha ameaças e ataques aos ministros do STF.
Na madrugada do dia 31 de maio, o grupo marchou até o Supremo Tribunal Federal com tochas nas mãos e máscaras brancas, ato semelhante aos que são feitos por supremacistas brancos nos Estados Unidos. O Congresso em Foco entrou em contato com a Secretaria de Segurança Pública do DF e aguarda resposta.