Petistas apresentam ao Congresso projeto que garante pagamento de salários de quem ganha até três mínimos, atingindo cerca de 30 milhões de trabalhadores. Outra proposta levada pela oposição defende linha de R$ 300 bilhões do BNDES e BC para capital de giro a empresas
A burocracia sufoca o Brasil. Não bastasse a má-vontade do governo, que após uma semana da aprovação do seguro-quarentena de R$ 600 pelo Congresso até agora não pagou um centavo aos beneficiários, o presidente da República atrapalha o país. “Mais um dia se passou e Jair Bolsonaro ainda não pagou o salário emergencial ao povo brasileiro”, cobrou o líder da minoria, deputado José Guimarães (PT-CE). “O povo precisa deste dinheiro para comer, pagar suas contas e se proteger contra o coronavírus”.
Enquanto o governo retarda a liberação dos recursos, o país assiste novos ataques do presidente Jair Bolsonaro contra o próprio governo. Os rumores são da queda iminente do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, segundo o noticiário. O próprio Bolsonaro estimula os ataques ao ministro, justamente quando o país atinge novo pico de mortes provocadas pelo coronavírus, com 553 óbitos registrados oficialmente, e mais de 12 mil casos confirmados de pessoas contagiadas.
A burocracia mantém-se indiferente ao sofrimento da maioria da população, assustada com os desencontros do governo. Só amanhã, a Caixa Econômica Federal coloca um cronograma de pagamentos no horizonte, com o lançamento de um aplicativo para atender aos beneficiários do programa de renda básica emergencial: trabalhadores autônomos, famílias cadastradas no Bolsa Família e pessoas inscritas no Cadastro Único.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vem alertando há dias que o país corre riscos se Bolsonaro continuar mantendo o comportamento errático, que só piora o enfrentamento da crise sanitária. Lula tem reiterado que o compromisso do Bolsonaro precisa ser com o povo brasileiro, garantindo saúde, proteção e recursos para a nação superar a pandemia do coronavírus com segurança e dignidade.
O ex-ministro da Saúde, deputado Alexandre Padilha concorda com a avaliação de Lula. “Bolsonaro parece não entender que a fome não pode esperar”, disse. Também o ex-ministro Humberto Costa, senador pelo PT-PE, critica o governo.
“Bolsonaro deu hoje a grande deixa para o seu afastamento. Estamos diante da maior pandemia da história, o número de mortos ultrapassa os 68 mil no mundo. E o presidente sai do isolamento, para dar indiretas e ameaçar o ministro da saúde. Não dá mais. Bolsonaro é um risco a vida”, lamentou.
Da Redação