Cerca de 7 mil mulheres do campo e da cidade – resistentes em periferias, terreiros, movimentos sociais, sindicais e culturais, na luta feminista e em partidos políticos -, deram o seu recado ao governo Bolsonaro, neste domingo, marcando a passagem do histórico Dia Internacional da Mulher.
Concentradas no Pavilhão do Parque da Cidade, com danças, bandas e cortejos, as manifestantes protestaram contra os ataques aos direitos socais, o retrocesso, as privatizações e a falta de políticas de proteção e segurança para todas as mulheres.
Com palavras de ordens diversas, tais como “Silenciadas Nunca Mais”, “Nenhuma a Menos”, “Mulheres contra Bolsonaro” e “Mulheres Sem Terra Semeando Resistência”, as manifestantes seguiram para o Palácio do Buriti, e marcaram o 8 de Março cobrando do governo distrital medidas que ponham fim à violência de gênero no DF; unidade da federal que ocupa o 5º lugar em casos de feminicídios no País. Só este ano, já foram assinadas seis mulheres, perfazendo 40 feminicídios, entre 2019 e os primeiros meses de 2020.
As mulheres do campo, que participam do I Encontro Nacional das Mulheres Sem Terra, que se realiza em Brasília, gritaram alto pelo direito aos seus corpos e territórios livres, por alimentos sem agrotóxicos, pela agroecologia, por desenvolvimento sustentável, pelo fim da violência no campo e pela reforma agrária.
A Marcha pela vida de todas as mulheres, contra o racismo, o machismo e o fascismo, seguiu para a frente do Palácio do Buriti, sede do governo do DF, onde realizaram intervenções político-culturais.
Em seguida, as mulheres se concentraram na Torre de TV e exibiram várias expressões culturais, mostrando a diversidade social e cultural do DF e Entorno: capoeira, ciranda, dança de roda, coco e terreiro, além de arte pop e poesia.
Partidos de esquerda – PT, PC do B, PCO, Rede e Psol – se pronunciaram na no ato do 8 de Março, em favor da luta das mulheres. A secretária nacional do PT, Anne Karolyne, considerou a marcha “uma mobilização histórica de mulheres, que se unificaram numa convocatória, lutando em favor de nossos direitos e contra esse governo que só persegue as mulheres’’, afirmou.
As deputadas do PT/DF, Erika kokay (federal) e Arlete Sampaio (distrital) reforçaram as lutas e demandas das mulheres pelo fim da violência, por saúde, educação, emprego e trabalho.
As mulheres indígenas foram representadas pela ativista feminista, Sonia Guajajara, que também se pronunciou. Juntamente com outra parceira, ela fez uma intervenção cultural, sobre a cura indígena e cobrou a demarcação dos territórios indígenas e o fim da violência contra os povos originários.
Centrais sindicais do campo e da cidade também se uniram às mulheres no 08 de Março. Representando a CONTAG, falou Mazé Moraes e a CUT foi representada por Carmen Foro. As duas reafirmaram resistências e lutas contra a opressão das mulheres e aos ataques à classe trabalhadora.
Integrante do 8M Unificadas, a secretária de mulheres do PT/DF, Andreza Xavier, contribuiu com a coordenação da marcha e comandou o festival cultural. Há cerca de dois meses, algo próximo de 200 ativistas culturais políticas e feministas, vinham organizando o ato unificado das mulheres, para este 8 de Março – Dia Internacional da Mulher.
Fonte: Comunicadoras da Secretaria de Mulheres do PT DF
Fotos: Valcir Araujo, Edneide Arruda, Cláudia Farinha, Dani Brígida e Thamy Frisselli