A crítica do general Santos Cruz tornou público o desconforto de um grupo militar (ainda pequeno, porém influente) com o isomorfismo cada vez maior entre as Forças Armadas e o governo Bolsonaro. A chegada de mais um fardado de alto escalão ao Planalto, o general Braga Netto, é simbólica deste momento. A ideia, segundo palacianos, é colocar o máximo de militares em cargos nos Estados. Santos Cruz vocalizou o temor de a “instituição” ser confundida com posições extremadas do presidente e ataques a outros Poderes, diz um interlocutor.
Para os Estados, o plano é aliar um perfil gestor, disciplinado e leal a um bom currículo. Até o momento entraram nesse escalão coronéis e capitães. De acordo com um articulador dessa frente, “o Exército é um banco de talentos e o general Pujol (comandante) tem consciência disso”.
Ao menos dois generais (talvez três) importantes e influentes fecham posição com Santos Cruz.
Um dos motivos da fadiga também é o uso excessivo das tropas em funções não compatíveis com a natureza das Forças.
No Twitter, Santos Cruz chamou de “irresponsável” o compartilhamento de montagem com fotos de militares como o vice Hamilton Mourão e o ministro do GSI, Augusto Heleno, acima da frase: “Fora Maia e Alcolumbre”.
“Não confundir o Exército com alguns assuntos temporários. O uso de imagens de generais é grotesco”, disse o ex-ministro em sua rede social.
A imagem conclama para as manifestações pró-governo marcadas para o próximo dia 15, um domingo.
Só no Planalto são três generais de quatro estrelas. Cargos nas superintendências regionais, em outros governos, eram postos importantes de negociação com os partidos.
Fonte: Blog da Cidadania