Por Lula, pelo PT, pela URSAL, pelo Brasil!
“Acabou o caô. Temos um companheiro preso há mais de um ano, e hoje é um dia histórico. Hoje é por ele, é por Lula”. Arthurzinho, sério, pesava cada uma de suas raras palavras. Todos reunidos no campo, em círculo. Era por Lula. Era por um Brasil preso há quase dois anos em uma masmorra em Curitiba. Era por todos aqueles adultos que choram calados e caladas, sozinhos, tentando entender como um inocente está encarcerado pelo pecado de ajudar os que não têm, pelo crime de ser humano. Era por uma ideia que não se prende, era por uma primavera. Era pelas esquerdas, pela igualdade de todos aqueles que travam o bom combate, transformando contratempos em combustível para a luta. Era a final da 1ª Copa Ursal.
PT e PSOL em campo para a decisão de um evento planetário. No uniforme dos trabalhadores, a foto de Lula na ficha do DOPS embalou uma campanha invicta até o confronto final, no lado esquerdo do peito uma estrela vermelha. A semifinal contra os comunistas do Brasil, duríssima, um capítulo à parte. Pela primeira vez o PT iniciava uma partida perdendo no placar. Um a zero para os comunistas do Brasil, em um rebote de falta bem colocado no canto. Como a primeira semana de todo segundo turno, o PT sentiu o gol(pe), e pouco produziu até o fim do primeiro tempo. A volta ao segundo tempo foi debatida, formaram-se duas correntes, ganhou a do time mais avançado, tensionando mais à esquerda com Luquinhas aberto pela ponta. Passados três minutos do segundo tempo, Capita Ronaldo iguala o marcador, em passe de calcanhar de Rivaldo, digo, Thiago, o melhor jogador do campeonato se essa premiação houvesse. O PT renasce como sempre fez desde 1980, no momento mais difícil do confronto.
O empate traz os trabalhadores de volta ao jogo, em esforço premiado pela obra de arte campesina de Alexandre, em um chute do campo de defesa que encobre o goleiro adversário. PT assume a liderança do placar, logo igualado por um gol em que os comunistas do Brasil demonstraram oportunismo e conclusão em um contra-ataque. Dois tentos para cada lado, vários tensos em cada lado, mas o PT agora contava com o apoio da torcida dos comunistas brasileiros, que haviam perdido seu duelo contra o PSOL. A animação das arquibancadas levou o PT à frente, retomando seu futebol envolvente, coroado por um belo gol de canhota do B10, que foi comemorar com as massas, assim como Lula em todos os lugares em que pisa o pé nesse país. O três a dois tranquilizou a locomotiva vermelha, que teve tempo de ampliar o placar em um tento mais, pavimentando seu caminho para a final da 1ª Copa Ursal.
A final
O PSOL havia avançado à final em embate igualmente duro com os comunistas brasileiros, com direito a viradas e apoio incondicional da torcida soviete, um bando de louco e comunista, e para os que acham que é pouco, marxista-leninista, que empurrou o PCB a entregar caro o resultado para eles adverso. PT e PSOL já haviam se enfrentado na fase de classificação, com resultado de 3 a 2 a favor dos trabalhadores. O PT chegou à final do torneio em uma campanha irretocável, invicta. Mas no futebol, assim como na política, o ontem quer dizer pouco, e não há vitória de véspera. O jogo da final foi estudado, cadenciado, com os trabalhadores criando algumas chances, mas a bola teimava em não entrar, para desespero da torcida petista, reforçada pelos jovens comunistas do Brasil e brasileiros. Após o intervalo, em momento crítico de igualdade entre os times, Arthurzinho recebe uma bola esticada na ponta direita, ajeita para o meio, e coloca com segurança a bola no canto oposto do goleiro, e a redonda entra à esquerda, o que foi não só simbólico, mas definitivo. O placar mínimo permitiu ao PT continuar seu futebol hegemônico, centralizador, ora insistindo na direita, ora apostando em sua vocação pela esquerda, até que o apito das árbitras, impecáveis e imparciais, juízas justas como há muito o PT e as esquerdas pedem, de já desacostumadas à figura, encerram o embate, primeiro do gênero no globo. Acabou o caô. O time Lula Livre, do Partido dos Trabalhadores, é o campeão, inquestionável, da 1ª Copa Ursal do planeta. Os gritos de desabafo e comemoração se misturam aos gritos de Lula Livre, que a esta altura já é entoado por todos e todas presentes ao local, todos os partidos, as esquerdas, os comunistas, os socialistas, os marxistas-leninistas, se juntam à torcida do esquadrão vermelho petista na comemoração do título, por Lula, pelo PT, pela URSAL, pelo Brasil.
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