Milhares de mulheres do campo, da floresta e das águas vão sair de suas terras nos próximos dias, levando ao centro do poder o grito de agricultoras familiares, ribeirinhas, quilombolas, pescadoras, extrativistas, camponesas, quebradeiras de coco, trabalhadoras urbanas e dos movimentos feministas e de mulheres indígenas de todo o país.
As caravanas estão se preparando, e gostaríamos de reforçar que convidamos todas e todos a participar conosco deste importante momento da nossa democracia, tanto nos eventos locais, que estão ocorrendo no seu município, quanto na grande Marcha das Margaridas, dia 14 de agosto.
As atividades do dia 13 são dirigidas às Margaridas que estarão alojadas no espaço dedicado. No dia 14, nossa concentração para a Marcha será no Pavilhão do Parque da Cidade, a partir das 6h, e o deslocamento ocorrerá sentido à Esplanada dos Ministérios. No trajeto, ao longo do Eixo Monumental, outros movimentos, moradoras e moradores de Brasília se unirão à Marcha.
Por favor, busquem informações nas nossas redes sociais, nas das organizações parceiras, ou entrem em contato direto com sindicatos ou federações de trabalhadores e trabalhadoras da agricultura, nos seus estados.
NOSSA ARTICULAÇÃO
Inspiradas na história da liderança camponesa Margarida Maria Alves, assassinada a mando de usineiros, em 1983, em Alagoa Grande (PB), as Margaridas marcham a cada quatro anos para levar suas propostas e quereres à capital federal.
Levaremos faixas, mensagens e bandeiras pela nossa vida, contra o machismo, a violência sexista, os retrocessos ambientais e em defesa dos direitos sociais conquistados por todas as brasileiras e brasileiros.
Seguiremos em marcha, até que toda sejamos livres!
Vamos juntas!
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Realizada desde o ano 2000, a Marcha das Margaridas promove a sua 6ª edição, contando com a parceria de 16 organizações sociais e movimentos de mulheres representantes de vários segmentos.
Coordenada pela Confederação Nacional de Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (CONTAG), suas 27 Federações e mais de 4 mil Sindicatos filiados, a Marcha das Margaridas se constrói em parceria com os movimentos feministas e de mulheres trabalhadoras, centrais sindicais e organizações internacionais. Este ano, são parceiras da Marcha as seguintes organizações:
Confederação Nacional de Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares – CONTAG
Marcha Mundial das Mulheres – MMM
Articulação de Mulheres Brasileiras – AMB
União Brasileira de Mulheres – UBM
Movimento da Mulher Trabalhadora Rural do Nordeste – MMTR-NE
Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu – MIQCB
Conselho Nacional das Populações Extrativistas – CNS
Movimento Articulado das Mulheres da Amazônia – MAMA
GT Mulheres da Articulação Nacional de Agroecologia
União Nacional das Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária – Unicafes
Confederação de Organizações de Produtores Familiares, Camponeses e Indígenas do Mercosul Ampliado – Coprofam
Confederação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras Assalariados e Assalariadas Rurais – CONTAR
Comissão Nacional de Fortalecimento das Reservas Extrativistas Costeiros e Marinhos – Confrem Brasil
Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas – CONAQ
Movimento de Mulheres Camponesas – MMC
Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil – CTB
Central Única dos Trabalhadores – CUT
Desde o ano 2000, a cada quatro anos, mulheres do campo, da floresta e das águas se reúnem em marcha contra a dominação, a exploração e todas as formas de violência. Elas pleiteiam igualdade, autonomia e liberdade para as mulheres. A manifestação, que une milhares de mulheres de todo o Brasil, leva o nome de Marcha das Margaridas, que, neste ano, será realizada dias 13 e 14 de agosto, em Brasília.
O nome da ação remete à líder sindical Margarida Alves. Nascida em Alagoa Grande, município da Paraíba, a filha de trabalhadores rurais expulsos da terra onde moravam e trabalhavam se tornou a primeira mulher do estado a presidir um sindicato e uma das principais lideranças sindicais do campo do mundo. Era Margarida Alves que coordenava os trabalhos do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande, onde moveu mais de 70 ações contra usinas de cana de açúcar da região.
Por lutar pelos direitos dos trabalhadores rurais, Margarida Alves foi assassinada em 1983, em frente à sua casa, aos 40 anos. Uma de suas frases mais conhecidas é: “É melhor morrer lutando do que morrer de fome”, dita em uma comemoração do Dia dos Trabalhadores.
A Marcha das Margaridas surge no ano 2000 como uma ação ampla que visibilizasse as demandas e lutas das mulheres no país. Ela é organizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), com vários outros parceiros, como a CUT, a Marcha Mundial das Mulheres e o Movimento das Mulheres Camponesas. Em 2019, será realizada a 6ª edição da manifestação que, neste ano, traz como lema: “Margaridas na luta por um Brasil com soberania popular, democracia, justiça, igualdade e livre de violência”.
Como principal desafio, as margaridas, assim como o restante do povo brasileiro, enfrentam um governo ultraliberal, privatista, que incentiva a retirada de direitos e o aumento da exploração da classe trabalhadora, aprova medidas antipopulares, faz avançar o poder econômico e empresarial sobre a terra e os territórios, incentiva o aumento da violência no campo e na cidade, legaliza a exploração indiscriminada de áreas de preservação ambiental.
“O atual momento nos convoca a lutar pela construção da democracia e pela manutenção dos direitos. A Marcha das Margaridas tem pela frente um período de desafios na resistência”, afirma trecho da publicação sobre a Marcha das Margaridas 2019.
Como eixos políticos, a 6ª edição da Marcha das Margaridas traz: 1. Por terra, água e ecologia; 2. Pela autodeterminação dos povos, com soberania alimentar energética; 3. Pela proteção e conservação da sociobiodiversidade e acesso aos bens comuns; 4. Por autonomia econômica, trabalho e renda.
“A agricultura familiar vem sendo golpeada profundamente e precisa continuar lutando pela existência do setor, que produz mais de 70% dos alimentos que chegam às mesas do povo brasileiro. Temos esta tarefa e uma potencialidade grande no nosso país. E como não acreditamos que este governo possa fazer qualquer coisa por nós, o jeito é lutar e resistir”, disse a vice-presidenta da CUT, Carmen Foro, em matéria publicada pela Central em julho deste ano.
Para a secretária de Mulheres da CUT Brasília, Sônia de Queiroz, “é tarefa da classe trabalhadora se somar à Marcha das Margaridas”. “Temos que ir às ruas lembrar a luta de Margarida Alves e mostrar que cada um de nós traz também a vontade de fazer um Brasil melhor. Mais que nunca, é hora de luta e de resistência.”
Fonte: CUT Brasília
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