Por Fernando Djavan*
Enfrentar o bolsonarismo e não mais o PSDB, exige um papel estratégico para os diretórios zonais, sobretudo os mais expressivos politicamente como o PT do Plano Piloto, para reaproximar o partido das comunidades, bairros, distritos e territórios, imbuindo um trabalho político mais próximo das lideranças de base
O projeto de crescimento com distribuição de renda a partir de uma coalizão com o centro se esgotou com a derrota presidencial em 2018. As condições mudaram completamente e o PT é visto por largas parcelas da sociedade como parte do establishment político.
O momento exige a renovação do PT, não porque a geração que fundou o partido conquistou prefeituras e realizou os governos bem sucedidos no Planalto devam ser afastada, mas porque será necessário criar um corpo de dirigentes e ativistas que conduzam a ideia de Lula adiante, com credibilidade para se propor, perante a sociedade, como uma nova alternativa petista. Uma renovação autêntica dos quadros da classe trabalhadora e em prol de seus interesses imediatos e históricos e não lideranças fabricadas em escolas de grandes especuladores do mercado financeiro, como uma certa deputada do PDT de SP.
Enfrentar o bolsonarismo e não mais o PSDB, exige um papel estratégico para os diretórios zonais, sobretudo os mais expressivos politicamente como o PT do Plano Piloto, para reaproximar o partido das comunidades, bairros, distritos e territórios, imbuindo um trabalho político mais próximo das lideranças de base. É pelas comunidades evangélicas, pelos whatsapps familiares, de amigos e de relações de trabalho e estudo que as fake news e a insurreição conservadora se expandem.
Ao mesmo tempo, é preciso ofensiva em defender a ideologia socialista e uma postura antiestabishment, que começa em casa, dando poder à militância, organizada por meio da comunicação direta para a ação direta contra o fascismo, em iniciativas de agitação, propaganda e esclarecimento, presenciais e virtuais, em articulação horizontal com os movimentos sociais onde estes atuam e transversalmente às tendências.
Um partido em que os setoriais também se organizem nos territórios para enfrentar nas bases o conservadorismo.
Por isso, lançamos a seguinte plataforma:
a) Promover debates políticos abertos à comunidade sobre o contexto do país e o ideário socialista, por meio das prefeituras das quadras e da militância nelas organizada;
b) Organizar iniciativas de solidariedade social, como limpeza de ruas, praças, reformas de logradouros públicos etc, associada à eventos culturais com economia criativa colaborativa e prestação de serviços de utilidade pública, conforme habilidades de militantes envolvidos, para ganhar simpatia da população a atraí-la para o PT;
c) Organizar atividades permanentes de panfletagem em locais populares da comunidade sobre temas candentes da conjuntura, para o esclarecimento social;
d) Mapear os filiados e simpatizantes em universidades e escolas dentro da zonal, para a intervenção comunitária em seus locais de origem ou dentro destes estabelecimentos;
e) Estruturar um mapa de grupos por whatsapp em que os filiados e simpatizantes do zonal estejam organizados por relações de trabalho, afetividade, estudo e moradia, a fim de combater as fake news contra a esquerda e o PT;
f) Criar mesas de diálogo e ação com movimentos sociais que atuam na zonal;
g) Apoiar a organização zonal dos setoriais do partido, destacadamente os de mulheres, combate ao racismo, juventude, LGBT e Cultura para formar novas lideranças na pauta de direitos e para o partido;
h) Sistematizar, em discussões abertas, uma plataforma para o plano piloto para as próximas eleições distritais de 2022;
i) Promover a oposição ideológica e frontal à nova direita nas redes sociais e por meio de outros posicionamentos públicos;
j) Organizar amplamente no Plano Piloto a campanha #LulaLivre, com enfoque cultural.
Todo poder à militância!
A ação faz a vanguarda!
Fonte: 247
Fernando Djavan é filiado ao PT-DF (Plano Piloto) e produtor cultural em economia criativa
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