Enfrentar o retrocesso, defender a democracia e os direitos do povo

Por Ricardo Berzoini*

O PT, aos quase quarenta anos de existência, é portador de enorme responsabilidade, considerando sua representatividade popular, presença institucional e por ter governado o Brasil por quase catorze anos, com avanços sociais sem precedentes, com democracia e diálogo com todos os setores do país.

Fomos portadores de um projeto de esperança e realizações concretas, o que nos levou ao segundo turno das eleições, apesar dos brutais ataques que sofremos, que no seu ápice, excluiu pelo encarceramento, o maior líder popular do país. E, no segundo turno, fomos a bandeira da democracia, da inclusão social, do combate aos preconceitos e da soberania nacional. Nosso companheiro Haddad soube representar as ideias de Lula e o seu compromisso popular.

O combate cotidiano aos retrocessos do governo autoritário, antipopular e antinacional que preside a República é uma missão permanente. Recuperar nossa capacidade de interação com as bases sociais de nosso projeto, resgatar e defender nossas realizações e ampliar qualitativamente a organização do partido, bem como perseverar na construção de frentes partidárias e sociais em defesa da democracia e dos direitos requer enorme coesão e unidade, sem prejuízo da diversidade de pensamentos.

Constituir direções comprometidas com essas questões é essencial para a intensidade e qualidade da intervenção do partido na sociedade. O PT deve defender suas conquistas, sem jamais deixar a autocrítica renovadora e a construção de um partido cada vez mais aberto e mais democrático.

Concordo com os companheiros, a começar pelo companheiro Lula, que defendem que o PT deve repensar suas formas organizativas e a forma de articular de maneira efetiva o trabalho de base, as forças dos movimentos reais com a vida institucional do partido.

Por isso, apoio a reeleição da nossa presidenta Gleisi, que neste cenário extremamente difícil, soube cumprir com afinco e competência as atribuições da presidência do PT, fortalecendo o papel da mulher petista, com dedicação extraordinária ao partido.

Desejo que o processo eleitoral interno seja capaz de enfrentar o desafio de compor uma direção capaz de, junto com a presidenta Gleisi, realizar o processo que leve à derrota dos que querem vender o patrimônio e os direitos do povo e eliminar a democracia.

Somos, com outras forças populares e democráticas, responsáveis pelo que o Brasil será nas próximas décadas. E essa responsabilidade é irrenunciável.

*Ricardo Berzoini é ex-Ministro da Secretaria de Governo, deputado e ex-presidente do PT

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