Estudantes inserem luta contra reforma da Previdência na pauta das manifestações do dia 30

Nesta quinta-feira (30), estudantes, professores, trabalhadores do campo e da cidade, seja do setor público ou privado, sairão novamente às ruas de todo Brasil para protestar contra a política anti-povo do presidente Jair Bolsonaro. Junto com o repúdio ao corte da Educação, pauta principal do movimento, está a luta contra a reforma da Previdência, que inviabiliza as aposentadorias e retira vários outros direitos. Em Brasília, a concentração para o ato está agendada para às 10h, em frente ao Museu Nacional.

A expectativa é de que as manifestações deste dia 30 sejam ainda maiores do que as realizadas no dia 15 de maio, com a mesma pauta. No entendimento de analistas políticos, pesquisadores, jornalistas e movimentos sociais, um dos impulsionadores do movimento popular desta quinta é a marcha organizada por apoiadores de Bolsonaro no último domingo (26). Isso porque o movimento que ficou aquém do que esperava o presidente, embora não possa ser desprezado, registrou uma série de posicionamentos polêmicos e antipopulares. Entre um dos mais significativos, está a cena de bolsonaristas retirando uma faixa com os dizeres “Em defesa da Educação” da fachada do Prédio Histórico da Universidade Federal do Paraná.

“Esse registro é emblemático e mostra realmente o que é a política de Bolsonaro: uma política anti-povo, sem acesso à Educação e outras direitos essenciais. E é por isso que a resposta nas ruas neste próximo dia 30 é importante e conta, assim como a do dia 15, com a participação da classe trabalhadora”, ressalta o secretário-geral da CUT Brasília, Rodrigo Rodrigues.

Entre os fatores que acabaram pegando mal para os apoiadores de Bolsonaro está a pauta que exigia o fim do Supremo Tribunal Federal, numa correspondência à fragilização da democracia.

Em nota, a UNE, a UBES e a ANPG, que convocam as manifestações deste dia 30, denunciaram outras ações de Bolsonaro que, junto com o corte de 30% do orçamento, desembocam na falência da Educação.

“No dia 16 Bolsonaro lançou um decreto que altera regras sobre escolha de dirigentes universitários, colocando essas indicações nas mãos do governo, o que fere diretamente a autonomia e a democracia universitária na escolha de diretores, pró-reitores, etc. No mesmo dia o presidente do INEP foi demitido, com um objetivo claro, indicar um novo nome que tenha disposição de burlar a lei de proteção de dados e acessar, de maneira ilegal, informações de milhões de estudantes para emitir Carteiras de Estudante, em uma retaliação às entidades estudantis que tem lutado com firmeza para defender a educação”, destaca o documento.

“Se tem rei no Brasil, dono do Brasil, que tem verdades absolutas, a gente quer derrubar o rei do Brasil então”, disse a presidenta da UNE, Marianna Dias, durante sessão na Câmara dos Deputados, no último dia 22, onde estudantes e professores presentes foram impedidos de se manifestar, agredidos por deputados da base de Bolsonaro e retirados do local com violência. A fala indica que os estudantes do Brasil inteiro estão unidos à classe trabalhadora e não vão permitir que os desgovernos de Bolsonaro avancem.

Fonte: CUT Brasília, por Vanessa Galassi | Foto: Juventude PT-DF

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