“Nos próximos dias, em unidade, precisamos fazer uma grande mobilização para que tenhamos uma greve exitosa. Uma greve que consiga dar uma resposta clara a todos os ataques do governo Bolsonaro. Neste 14 de junho, entidades do campo e da cidade, do setor público e privado, do Distrito Federal e do Entorno farão uma grande paralisação. Iremos parar um dia inteiro para evitar o retrocesso de uma vida toda”, disse o presidente da CUT Brasília, Rodrigo Britto.
A atividade, que reuniu trabalhadores de diversas categorias, lançou um manifesto de convocação para a greve geral. O documento aponta os motivos pelos quais os trabalhadores irão paralisar as atividades e destaca a urgente necessidade de mobilizações contra os ataques do governo Bolsonaro.
“Com uma política econômica anti-povo e uma pauta ideológica para lá de conservadora e preconceituosa, o capitão da reserva aprofundou os ataques iniciados há cerca de três anos e vem afundando o Brasil em um lamaçal de desemprego, fome, miséria e ausência de saúde, educação e segurança. E no que depender de Bolsonaro, o nosso Brasil será rotulado como o país do medo e do ódio”, diz trecho da nota. Leia aqui o manifesto unificado das Centrais sobre a greve geral.
Ações preparatórias
O encontro ainda deliberou algumas ações unificadas para os próximos dias. O objetivo é potencializar a mobilização para a greve geral de 14 de junho. Nos dias 1º e 2 de junho, as entidades CUTistas e as integrantes das demais centrais realizarão atividades nas feiras do DF. Já no dia 7 de junho, os trabalhos serão realizados na rodoviária do Plano Piloto. As duas ações contarão com a distribuição de materiais explicativos e diálogo direto com a população.
Consciência de classe
Outra questão discutida na plenária foi sobre a consciência de classe como fator importante para uma greve robusta. Para o presidente do Sindicato dos Rodoviários do DF, Jorge Farias, é fundamental que cada trabalhador compreenda seu papel no movimento. Nesse sentido, ele avaliou que os trabalhadores do ramo do transporte têm uma responsabilidade enorme na greve.
Porém, ressaltou que, para que a ação tenha êxito, é preciso que outras categorias colaborem. “Se é para fazer greve geral, vamos fazer e paralisar por 24 horas. É greve e é para ficar em casa. Não adiante ir para a parada e dizer que não foi trabalhar porque não tinha ônibus. Dirigentes, dialoguem com suas bases. Será um dia de paralisação”, disse.
Já o dirigente do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) Marcos Baratto, apontou que é extremamente necessário a unidade política em torno da greve. Ele destacou que, assim como outras categorias, o MST irá contribuir com o movimento, mas de outra forma: ocupando 24 latifúndios, um em cada estado, para conectar-se à greve. “Disputar consciência da sociedade é uma tarefa que cabe a todos nós. Entretanto, paralisar o país, não basta. É preciso trabalho de base fortíssimo e incansável resistência”, disse.
Greve Geral
O carro-chefe da Greve Geral de 14 de junho é o combate à reforma da Previdência, que além de inviabilizar a as aposentadorias, retira direitos e liquida o sistema previdenciário, tornando-o de interesse apenas de banqueiros. Mas outros temas também compõem a pauta de reivindicação do movimento paredista. Também são motores para a primeira Greve Geral contra o governo Bolsonaro:
– A luta contra as privatizações das empresas estatais;
– A luta contra os ataques e o desmonte do serviço público;
– A luta por emprego e renda;
– A defesa do acesso democrático e popular à terra e moradia urbana, dialogando com a reforma agrária, os povos originários dos quilombos, povos indígenas e trabalhadores sem teto;
– A luta por igualdade de oportunidades e direitos;
– A luta pela garantia do Estado Democrático de Direito.
“Vamos parar tudo, porque greve se faz é parando a produção. O que está em jogo não é vontade de uma central outra, de um governo ou outro. É muito mais amplo que isso. É o futuro das pessoas que amamos. Por isso, que fique claro: dia 14 para Brasília vai parar”, finalizou o presidente da CUT Brasília, Rodrigo Britto.
Fonte: CUT Brasília
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