Débora Tereza Correia, 43 anos, professora da Secretaria de Estado da Educação do Distrito Federal (SEEDF), foi assassinada, na manhã desta segunda-feira (20), pelo companheiro. Ele se matou em seguida. As informações da imprensa confirmam que o assassino era o policial civil identificado como Sérgio Murilo dos Santos, 52 anos.
De acordo com a imprensa, Sérgio tinha histórico de agressão contra a professora, registros de medidas protetivas contra ele e de condenação por violência doméstica. A professora aposentada Maria Auxiliadora, que estava no local na hora do crime, contou, em áudio enviado ao Sinpro-DF, que o crime ocorreu no terceiro andar da Sede II da SEEDF, na Quadra 511, da Asa Norte, local em que funciona a Coordenação Regional de Ensino do Plano Piloto e Cruzeiro.
“Acabei de presenciar, agora, um assassinato na 511 Norte, no terceiro andar. Eu estava sendo atendida e o cara sacou da arma, matou uma atendente, que estava perto de mim, e se matou. Eu só vi dois corpos caindo. Corri escada abaixo e todo mundo saiu correndo. É muito triste a gente ver isso e esse governo que quer armas nas mãos das pessoas”, conta Maria Auxiliadora.
O terceiro andar do prédio da 511 Norte, é ocupado, desde terça-feira passada (14/5), pela Subsecretaria de Gestão de Pessoas (Sugep), que, funcionava no prédio da 607 Norte. Recentemente, em razão da interdição do prédio da 607, passou, provisoriamente, para a Eape e, na semana passada, foi transferida para a 511 Norte.
Membros da diretoria do Sinpro-DF também seguiram para o local. De janeiro até maio deste ano, com o caso da professora Débora, o DF registrou mais de 10 feminicídios. Matéria do G1 sobre o caso Débora indica que, com o assassinato da professora, o DF registra o 13º caso de feminicídio. No Brasil, esse número avança para cifras alarmantes. O Mapa da Violência de 2018 indica que a cada 2 horas uma mulher é vítima desse tipo de crime no país.
Somente em janeiro deste ano, 119 mulheres foram assassinadas, vítimas de feminicídio, e, 60, sofreram tentativas. Os dados são da imprensa. Em se considerando somente os casos noticiados entre janeiro e fevereiro deste ano, o número desse crime ultrapassa 200 vítimas no Brasil. No DF, com a morte da atendente da SEEDF, o número passa de dez casos em 2019.
A luta pelo fim da violência contra a mulher é uma das principais bandeiras do Sinpro-DF. O problema é tão preocupante e devastador que, este ano, o Concurso de Redação e Desenho do sindicato tratou do assunto e, com o tema “Feminicídio: ato final da violência doméstica”, envolveu toda a rede pública de ensino no debate sobre a violência que todo dia faz várias vítimas no Brasil e no mundo e repercute negativamente no ensino-aprendizagem e na comunidade escolar.
O feminicídio também é o tema da Agenda 2019 do Sinpro-DF, distribuída aos(às) professores(as) e orientadores(as) educacionais sindicalizados(as). A entidade coloca à disposição das professoras e orientadoras educacionais a Secretaria de Mulheres, que desenvolve atividades de combate a todos os crimes contra a mulher. A secretaria também desenvolve ações que denunciam a relação estreita que os crimes contra a mulher têm com machismo, o patriarcado e a tentativa de submissão da mulher.
O Sinpro-DF foi o primeiro sindicato da capital federal a implantar uma secretaria totalmente dedicada às questões da mulher. Também produz a revista Sinpro Mulher, um periódico anual voltado para o debate da educação e a questão da mulher, na qual a violência e outros temas relacionados são destaques.
O expediente da Sugep ficará suspenso por três dias porque as equipes prestarão esclarecimentos à polícia e também fornecendo assistência à família.
Mais de 90% dos feminicídios do DF acontecem em casa, diz levantamento
Fonte: Sinpro
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