As diversas ações realizadas Brasil afora na sexta-feira (22), Dia Nacional de Luta em Defesa da Previdência, mostraram que a classe trabalhadora está organizada para barrar a reforma da Previdência de Bolsonaro, que tramita na Câmara dos Deputados como PEC 6/2019 (Proposta de Emenda à Constituição). Mais de 100 cidades do Brasil realizaram atos, paralisações, assembleias, carreatas, panfletagens e outras atividades. No Distrito Federal e Entorno não foi diferente.
“Este Dia Nacional de Luta em Defesa da Previdência foi apenas uma pequena amostra da disposição de luta da classe trabalhadora que, com certeza, vai construir uma greve geral pelo direito de aposentar. Aqui no DF e Entorno, sindicatos filiados à CUT tiveram retorno positivo não só de suas categorias, mas de toda a população. Foi um momento de conscientização sobre os prejuízos generalizados que a reforma da Previdência de Bolsonaro traz para homens e mulheres”, afirma o presidente da CUT Brasília, Rodrigo Britto.
Para Cláudio Antunes, diretor de imprensa do Sinpro-DF (Sindicato dos Professores do DF), “é preciso esclarecer aos professores e trabalhadores de forma geral que a reforma da Previdência de Bolsonaro tem como único objetivo impedir o acesso ao benefício da aposentadoria, deixando trabalhadores idosos sem o amparo social”. Ele lembrou que , “no caso das professoras, a reforma da Previdência é ainda mais cruel”. “Ela (a reforma da Previdência) retira a condição especial de gênero e impõe uma aposentadoria tardia, aumentando 15 anos de trabalho para poder ter acesso a 100% do benefício”, explica. Atualmente, professoras podem se aposentar com 50 anos de idade e 30 anos de contribuição.
O Sindicato foi uma das entidades filiadas à CUT Brasília que realizou atividades neste Dia Nacional de Luta em Defesa da Previdência. Foram realizadas visitas nas escolas para esclarecer professores e alunos sobre os prejuízos da medida, além de uma ação nas redes sociais do sindicato, com a publicação de fotos de professoras e professores que se mobilizaram neste 22 de março.
Em Formosa, município goiano, os servidores públicos realizaram carreata e ato na praça central. “Esses atos realizados em todo o Brasil mostram nossa indignação e anseio por mudanças. Além disso, evidenciam nosso posicionamento contrário a essa reforma absurda que afeta todos os trabalhadores do país. O Sinprefor seguirá lutando contra esse nefasto projeto, e mobilizando sua base em defesa da Previdência Social”, afirmou a presidenta do sindicato que representa a categoria, Suyene Borges.
Já os trabalhadores da Eletronorte realizaram assembleia, neste 22 de março, para ampliar a divulgação dos prejuízos irreparáveis que a reforma da Previdência de Bolsonaro traz. De acordo com Fabíola Antezana, dirigente do Stiu-DF – sindicato que representa a categoria –, a reforma da Previdência tem um link direto com a privatização da Eletrobras.
“Dentro da reforma da Previdência, tem um índice que mobiliza bastante, que são os trabalhadores aposentados que perderão o vínculo empregatício. Neste caso, os trabalhadores que aposentaram pelo INSS, mas continuam trabalhando, serão demitidos. E nós temos um déficit muito grande de trabalhadores, por falta de concurso público. Era uma emenda proposta pela reforma trabalhista, que agora entrou na reforma da Previdência. E é importante lembrar que o governo tem interesse na privatização da Eletrobras, e mandando embora esses trabalhadores, é mais fácil ainda privatizar”, explica.
Na próxima quarta-feira (27), o STIU-DF realizará uma palestra tira-dúvidas sobre a reforma da Previdência, na sede da Eletronorte.
Outra categoria que se mobilizou contra a reforma da Previdência neste 22 de março, foi a comerciária. Trabalhadores e trabalhadoras do comércio realizaram um ato em frente ao Conjunto Nacional, um dos shoppings mais populares de Brasília.
Na atividade, com faixas e cartazes, os manifestantes conversaram com a população e explicaram ponto a ponto os prejuízos da reforma proposta por Bolsonaro.
“Caso seja aprovada a reforma da Previdência, como quer o governo, precisaremos trabalhar por 40 anos, até completar 65 anos de vida. No caso das mulheres, a medida ainda é mais injusta, pois desconsidera sua tripla jornada”, alertou a presidenta do Sindicato dos Empregados do Comércio, Geralda Godinho.
“Se essa reforma passar, ninguém no Brasil vai conseguir se aposentar. Os trabalhadores perderão seu direito à aposentadoria e trabalharão até morrer”, finalizou a dirigente.
Fonte: CUT Brasília
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