Relançamento de Frente parlamentar mista mostra que luta pelo direito de aposentar está a todo vapor

Os prejuízos generalizados da reforma da Previdência de Bolsonaro impulsionam todos os dias reações negativas à proposta, que está em tramitação na Câmara dos Deputados como PEC 6/2019 (Proposta de Emenda à Constituição). Nesta quarta-feira (20), deputados e senadores relançaram a Frente Parlamentar Mista em Defesa da Reforma da Previdência, que já conta com o apoio de pelo menos 90 deputados e 30 senadores.

A atividade de lançamento, que lotou o auditório Nereu Ramos da Câmara dos Deputados, reforçou os pontos cruéis da reforma da Previdência de Bolsonaro, já alertados pela CUT. Entre eles, o aumento da idade mínima e do tempo de contribuição, que inviabilizam a aposentadoria; o aumento da pobreza e da desigualdade social; o desamparo de idosos pobres, de pessoas com deficiência; o fim da sustentação financeira dos municípios. Tudo isso para beneficiar o sistema financeiro.

“Hoje, 1% dos idosos do Brasil está abaixo da linha da pobreza. Se essa proposta de Bolsonaro passar, em pouco tempo, 60% a 80% desses idosos estarão abaixo da linha da pobreza. Essa é a reforma da Previdência que Bolsonaro quer”, alerta a dirigente da CUT, Graça Costa, que integrou a mesa da atividade que lançou a Frente Parlamentar Mista em Defesa da Previdência Social. De acordo com a sindicalista, agora é hora de botar a mão na massa. “Temos que fazer o miúdo, que é conversar, que é ir para as praças, dialogar com todos e todas.”

Graça Costa, secretária de Relações do Trabalho da CUT Nacional

Para a deputada Erika Kokay (PT-DF), o sucesso da atividade de lançamento da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Previdência Social significa “que a gente começou a derrotar a proposta que quer acabar com a nossa aposentadoria. Representa o útero contrário daqueles que querem dar as nossas vidas ao mercado financeiro”.

Já o senador Paulo Paim (PT-RS), um dos coordenadores da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Previdência Social, ressaltou que “a Previdência não é do sistema financeiro, é do povo brasileiro”. Ele alertou que as mudanças propostas por Bolsonaro na reforma da Previdência “não atacam privilégio; atacam o direito mais sagrado, que é do povo brasileiro se aposentar”.

Para aprovar a PEC da Previdência de Bolsonaro, são necessários 309 votos na Câmara e 49 no Senado. Até agora, somente o PSL está fechado pela aprovação da reforma da Previdência.

Seminário
A Frente Parlamentar Mista em Defesa da Previdência Social realizará o seminário “PEC 6/2019: o desmonte da Previdência Social pública e solidária”, que avaliará a proposta da reforma da Previdência de Bolsonaro. A atividade também será no auditório Nereu Ramos, da Câmara dos Deputados.

O seminário terá sete palestras: Propostas do Governo para a Previdência no Brasil; Reflexos da Capitalização – Experiência de Aposentadoria no Chile; O Sistema Previdenciário na América Latina e na Argentina; A Previdência que o trabalhador precisa – Princípios Gerais: Trabalhadores CLT; A expectativa para os trabalhadores no serviço público com as reformas propostas; A Previdência dos trabalhadores rurais; e Reforma Tributária Solidária – Alternativa para preservar a seguridade social e promover a justiça fiscal.

A transmissão ao vivo do evento pode ser acompanhada pelo Facebook da CUT Brasília 

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