Neste 8 de Março, Dilma, Gleisi, Benedita, Maria do Rosário, Eleonora e Tereza Campello relembram políticas públicas petistas e alertam sobre importância da mobilização
Foram pouco mais de 13 anos de progresso ininterrupto de emancipação e empoderamento. Foram, mais do que tudo, 13 dias 8 de Março que transcenderam o mero simbolismo da data para culminar em políticas públicas efetivas e transformadoras para milhões de brasileiras de todos os cantos do país. À margem do papel social que lhe é de direito, parece indiscutível aos olhos da história que a mulher só virou projeto de estado a partir de 2003, quando o PT chegou ao governo federal. “Mas nós nunca vamos parar de celebrar o dia 8 de Março enquanto a sociedade patriarcal como a conhecemos continuar existindo”, alerta a ex-presidenta Dilma Rousseff.
Dilma, vítima da face mais cruel do machismo que domina a política brasileira, fala com a propriedade de quem governou para diminuir o abismo entre homens e mulheres no Brasil. Mas ela não estava só. Ao seu lado havia outras tantas guerreiras do porte de Gleisi Hoffmann, Benedita da Silva, Tereza Campello, Maria do Rosário e Eleonora Menicucci, todas com papéis primordiais nos governos do PT e que nesta sexta-feira (8) se juntaram para relembrar enormes conquistas deixadas pelo PT como o Minha Casa Minha Vida e o Bolsa Família – dois programas que davam autonomia e independência à quem realmente chefia a família brasileira.
“Uma das grandes conquistas dos nossos governos foi incentivar a autonomia financeira das mulheres. E ela veio com a criação de programas sociais como o Minha Casa Minha Vida. Com a titularidade do imóvel no nome da mulher, acabava a submissão diante de homens. A mulher que antes era mandada embora de casa passou a botar o homem na rua por não cumprir com o seu papel dentro da estrutura familiar. Nós não temos na história do Brasil governos que realizaram mudanças deste tipo e que colocaram em prática políticas públicas efetivas para as mulheres”, reitera a presidenta Nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann.
Eleonora Menicucci, ex-ministra das Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos (num tempo em que a causa feminina tinha casa própria dentro do governo federal), também lembra do quão importante foi a criação da Emenda Constitucional 72, conhecida como a PEC das Domésticas (PEC 66/2012), que jogou luz para uma categoria secular e herdeira direta do passado escravocrata brasileiro:
“A PEC igualou os direitos das domésticas ao de todos os brasileiros que recebiam pela CLT. Passou a ter férias, décimo terceiro e as demais garantias antes ignoradas pelos patrões. E mais do que isso, a PEC inicia o fim do processo da escravidão dentro das nossas próprias casas, já que a maioria das empregadas domésticas do Brasil é mulher e negra. Era quase que um trabalho hereditário”.
A história da deputada federal Benedita da Silva fala por si só o quão importante foi (e ainda é) dar voz às mulheres negras do país. “Nós, mulheres negras, precisávamos ter a nossa história contada e só vimos isso acontecer, a notar uma evolução de verdade, a partir do PT. Isso não tem discussão. É fato. Se olharmos para a vida de cada uma dessas mulheres vai ficar fácil perceber como as coisas foram melhores durante os nossos governos”, avalia
Combate aos retrocessos
Relembrar as políticas públicas iniciadas por Lula e fortalecidas e ampliadas por Dilma vai muito além do marketing político. É, na verdade, um dos caminhos para capitanear cada vez mais mulheres a enfrentar qualquer possibilidade de retrocessos a partir do desgoverno Bolsonaro – que nunca escondeu de ninguém sua aversão às mulheres.
“Nos 13 anos em que o PT governou o país, mostramos que é possível, sim, fazer diferente. Nos diziam que era impossível e nós mostramos como se faz. Por isso é fundamental não só interromper este processo danoso em andamento no país como reconstruir políticas públicas iniciadas em 2003”, reforça Tereza Campello, ex-ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome durante o governo Dilma.
A deputada federal Maria do Rosário, vítima real do machismo e violência de Bolsonaro, aponta a principal diferença entre os governos do PT e o que está em vigor há dois meses – já com sinais claros de despreparo: “Os nossos governos tinham o conceito geral do que é política de emancipação das mulheres. Trabalhávamos para toda a população brasileira, mas sabíamos onde era preciso inverter prioridade e traçar metas. Nem de longe é possível vislumbrar qualquer evolução com este governo. Por isso é ainda mais importante que todas nós sigamos mobilizadas. Eles sabem o poder que as mulheres têm quando estão unidas”.
Da Redação da Agência PT de Notícias
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