Presidenta do PT e líder do partido na Câmara relembram as atitudes descabidas de Jair e as medidas que confirmam seu total despreparo à frente do comando da nação
O líder do PT na Câmara, deputado Paulo Pimenta (RS), e a presidenta nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), fizeram nesta quarta-feira (6) um balanço dos 60 dias do governo Bolsonaro. “São 60 dias marcados por uma série de escândalos de quem se elegeu como uma nova política, mas que na prática está envolvido com desvio de recursos públicos, com milícias, com laranjas do PSL. É um governo mergulhado em corrupção”, avaliou Pimenta.
“É um governo antinacional, entreguista, que envergonha o nosso País e que pretende tirar direito dos trabalhadores e dos aposentados”, acrescentou o líder petista.
E Gleisi Hoffmann relembrou que já fez um desafio aos que apoiam esse governo: apresentar somente cinco ações positivas desses dois primeiros meses. “Até agora ninguém apresentou e não vão porque esse governo só apresentou propostas negativas”. Ela citou a questão do comércio internacional, com a retirada da tarifa antidumping do leite, a possível redução de exportação de soja para a China, que deverá aumentar o comércio com os Estados Unidos, o corte no Bolsa Família, e o mais grave, a Reforma da Previdência, que acaba com o direito à aposentadoria. “Não têm nada de bom e vai continuar nesta toada, e não é porque nós torcemos contra, é porque o Bolsonaro não dá conta mesmo”, reforçou Gleisi.
Pimenta e Gleisi criticaram a proposta de Reforma da Previdência e aproveitaram para afirmar que o PT não apresentará nenhum contraponto à reforma do Bolsonaro. “Não tem substitutivo porque essa reforma é um crime contra a proteção social que existe nesse País, porque não concordamos com a idade mínima e nem com o aumento do tempo de contribuição”, afirmou a presidenta do PT, citando um outro desafio feito por ela à base de sustentação do governo no Congresso: sobreviver um mês com R$ 400, que será o piso do Benefício de Prestação Continuada (BPC), caso a reforma seja aprovada.
Paulo Pimenta explicou que o PT só aceita falar em reforma se for para mexer em quem ganha muito. Ele citou o salário de juízes que, além de ter um teto de R$ 28 mil mensais, ainda “burlam” para ultrapassar esse teto. Pimenta deu como exemplo a situação do judiciário do Tocantins e mostrou uma lista na qual os juízes receberam no mês de dezembro passado – entre salário, indenização e direitos eventuais – mais de R$ 110 mil. Em alguns casos esse valor chegou a R$ 251 mil.
“Eles (governo) não falam em mexer nesses altos salário, mas querem reduzir o BPC, que é um salário mínimo, mas que vai cair para R$ 400”, criticou Paulo Pimenta, lembrando são as pensões, aposentadorias e Bolsa Família que aquecem a maioria dos municípios brasileiros.
PT será resistência
Gleisi e Pimenta afirmaram que o PT é a grande referência de resistência no País. “E a nossa tarefa, o nosso desafio nesse próximo período é enorme, temos que consolidar essa resistência que foi merecedora de 47 milhões de votos nas últimas eleições”, frisou.
“Não vai ter essa de política de boa vizinha em cima do sofrimento do povo. Nós temos lado, queremos representar aqueles que mais precisam, que são 80% da população deste País, que trabalha para ganhar o seu salário para sustentar sua família. É do lado desse que vamos estar. Estamos aqui para defender o povo e defender Lula, que representa o nosso legado, e ele vai ser a centralidade da nossa política de oposição que faremos a Bolsonaro”, afirmou Gleisi.
Paulo Pimenta completou enfatizando que “não tem como ser uma oposição propositiva quando eles (governo) querem destruir a saúde e educação, querem vender o pré-sal e a Amazônia e retirar direitos à aposentadoria de milhões de brasileiros. “Nós fomos eleitos para representar uma parcela importante da sociedade que está sendo penalizada por um governo entreguista, antinacional. Estaremos do lado desse povo, resistindo e lutando”, completou o líder.
Carnaval politizado
O carnaval que ficou marcado por críticas a Bolsonaro e por pedido de Lula livre também foi comentado por Gleisi e Pimenta. “Bolsonaro ficou acuado, sem nenhum bloco verde e amarelo. A família metralha achou que seria uma festa, mas foi um descontrole dos filhos e ele (Bolsonaro) foi mais baixo ainda com aquela postagem de um vídeo obsceno, que muita gente até achou que era fake de tão ridículo”, criticou Pimenta.
E a presidenta do PT ironizou: “Restringiram o acesso ao vídeo. Se bloquearem a conta do Bolsonaro, acaba o governo, porque ele governa só por redes sociais”.
Por PT na Câmara
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