Com a chegada da extrema-direita ao poder e o consequente avanço do conservadorismo no país, o Coletivo LBGTI da CUT Brasília se reúne no próximo dia 23 para debater estratégias de enfrentamento e de resistência ao cenário imposto. A atividade acontece a partir das 9h, no auditório Adelino Cassis, na sede da Central.
O encontro nacional aconteceu em novembro do ano passado, em São Paulo, e reuniu representantes de todo o país. Nos próximos meses, as plenárias ocorrerão nos estados, onde serão debatidos temas diversos de interesse do grupo, focando nas peculiaridades locais.
Um importante assunto que será discutido no encontro é a inclusão do indivíduo LGBTI no mercado de trabalho. De acordo com estudo realizado pela empresa de recrutamento e seleção Elancers, cerca de 20% das empresas no Brasil ainda resistem em contratar gays, lésbicas, travestis e transexuais em razão da sua orientação sexual e de identidade de gênero. Outras 7% não contratariam homossexuais em nenhuma hipótese, e 11% só contratariam se o candidato não ocupasse cargos de níveis superiores. Foram entrevistados 10 mil empregadores em todo o país.
Os dados vão contra uma pesquisa divulgada em 2017 pela revista Management Science. Segundo a análise ― que entrevistou mais de 5 mil empresários nos Estados Unidos ―, as companhias que incluem os LGBTI em sua estrutura identificaram aumento de 8% nos registros de patentes. Isso porque esses profissionais apresentam características diversas voltadas à criatividade, mente aberta, além de maior disposição de assumir riscos.
Facebook, IBM, Accenture, Apple e Starbucks, são exemplos de grandes empresas que se tornaram referência global em ações e iniciativas inclusivas para lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais.
Além da inclusão ao mercado de trabalho, temas, como preconceito, reconhecimento do nome social, questões de segurança e outros, serão debatidos no encontro.
“A CUT valoriza todas as questões da comunidade LBGTI. Nós, enquanto uma Central comprometida com o trabalhador, precisamos compreender a classe trabalhadora em sua pluralidade. Com esse Coletivo, pretendemos dar visibilidade à comunidade, manter os direitos conquistados e garantir avanços significativos”, disse o secretário de Políticas Públicas da CUT Brasília, Yuri Soares.
Para Edson Ivo, do Sindicato dos Bancários de Brasília, que participou do encontro nacional, “vivemos tempos nos quais teremos que voltar a nos defender do conservadorismo dogmático”.
Ele explica que, atualmente, vivencia-se o discurso LGBTIfóbico como um padrão e uma espécie de característica nacional. Para Ivo, no âmbito distrital, esse tipo de manifestação é ainda mais evidente, o que evidencia a necessidade urgente de mobilização.
“E cada dia que não nos colocamos à frente da luta é um dia a mais que o discurso conservador avança, nos empurrando para os precipícios e armários. Faz-se necessário nos reunirmos, elencarmos necessidades, elegermos prioridades e criarmos métodos. São detalhes importantes nessa caminhada, que eu espero que se torne uma corrida o mais rápido possível”, disse.
Fonte: CUT Brasília com informações da Nacional
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