Irmão de Lula foi até a Vigília, nos 300 dias de Resistência, criticou decisão inútil do STF e apontou que o ex-presidente só será solto com manifestação popular
Os 300 dias de Resistência da Vigília Lula Livre foram marcados por muita solidariedade, reflexões e manifestações contra o desmonte da instituições e poderes do país. Após visitar o irmão Lula nesta quinta-feira (31), Frei Chico criticou a inútil decisão do STF de quarta-feira (30) e o desrespeito as leis, que se tornou cotidiano no Brasil.
“Só vão cumprir as leis quando estiverem com medo do povo nas ruas. Não haverá mudança concreta e Lula não será solto se não houver manifestação popular. Não estou falando de violência, mas sim do povo nas ruas protestando”, aponta Frei Chico.
Ao proibir Lula de sair temporariamente para participar do velório e enterro do seu irmão Genival Inácio da Silva, o Vavá, a justiça mostrou que tem um lado, segundo Frei Chico. “A lei com Lula é especial. Ele é um sequestrado do Poder Judiciário brasileiro, que está defendendo interesses escusos. Até quando o brasileiro vai ficar vendo essa ditadura do judiciário?”, questionou.
Para o irmão de Lula, não bastou a prisão sem provas e sem crime e a proibição da candidatura eleitoral, era preciso calar o ex-presidente. “Eles tem medo de que o Lula fale. O crime que dizem que ele cometeu tem que ser provado alguma hora. Lula já falou que se um dia provarem algo, então ele para de falar. Do contrário, não tem outro jeito. Montaram uma história sem explicação”, desafiou Frei Chico.
Ainda segundo o irmão, Lula ficou muito triste por não poder comparecer ao velório de Vavá, mas também revelou indignação com a esdrúxula decisão de Dias Toffoli. “Lula estava muito chateado, mas ele não ia se sujeitar a um esquema que queriam montar [de ir a um quartel militar], de um corpo ir visitar um vivo”, ironiza.
Ao fim, Frei Chico fez questão de agradecer cada militante da Vigília Lula Livre. “Queria agradecer vocês, o acampamento é fundamental porque dá vida ao Lula. Vocês também sofrem muita pressão e precisamos achar formas de alertar a população brasileira para o que está acontecendo”, finalizou.
Vigília Lula Livre, 300 dias de Resistência
O dia 31 de janeiro de 2019 também foi marcado por diversas atividades na Vigília. Pela manhã, o ‘Bom Dia Presidente Lula’ contou com a presença de uma caravana de educadores da rede estadual da região metropolitana de Curitiba e de uma caravana de trabalhadores petroleiros. Também participaram do encontro mais de 200 índios de todo o Paraná, que estão em luta no Dia Nacional de Mobilização dos Indígenas para a Demarcação Já e pela liberdade do ex-presidente.
O companheiro Mário falou em nome dos indígenas presentes na Vigília, nesta quinta. “Quero agradecer a todos aqui. Sou o Mário, vice-cacique da Reserva Indígena Barão de Antonina. Eu trouxe os companheiros para fazer esse manifesto com vocês. Quero dizer que todo estamos à disposição para ajudar”, declarou.
O ‘Boa Tarde Presidente Lula’ contou com o apoio de trabalhadores da Federação Única dos Petroleiros (FUP). O coordenador da FUP, Zé Maria, participou da roda de conversa sobre Formação Geopolítica de Petróleo no espaço Marielle Vive. “Queremos em nome da FUP e de todos os sindicatos filiados saudar todos vocês que têm construído esses 300 dias de resistência. A cada dia que passa fica claro, não só para nós no Brasil, mas para todo o mundo, que Lula é um preso político”.
O coordenador da FUP também apontou os desafios para a classe trabalhadora diante de um governo entreguista como de Jair Bolsonaro. “Estão transformando o país num verdadeiro balcão de negócios, entregando nossas riquezas e retirando os direitos conquistados duramente pela classe trabalhadora, quer seja do campo ou da cidade. Eles temem a voz do presidente Lula. E como ele muito bem nos ensinou, nós temos de ser a voz dele, enquanto perdurar essa prisão política”.
“Sabemos que no centro do golpe está a entrega do nosso petróleo e do nosso Pré-sal. Sabemos da nossa responsabilidade enquanto uma frente de resistência para enfrentar esse governo que está aí, que vem como uma ditadura militar para intimidar a classe trabalhadora”, criticou Zé Maria.
Da Redação da Agência PT de Notícias
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