Ex-presidente Lula recebeu apoio de organização da Tunísia vencedora do prêmio em 2015. Prazo para votação encerra nesta quinta-feira (31)
Encerra nesta quinta-feira (31) o prazo para as indicações ao Prêmio Nobel da Paz 2019. Por iniciativa do único agraciado com o título na América Latina, o argentino Adolfo Pérez Esquivel, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu o apoio de nomes de peso. Outro premiado, a União Geral Tunisiana do Trabalho (UGTT), central sindical da Tunísia e uma das vencedoras do Nobel da Paz de 2015, também confirmou nesta semana o apoio à candidatura de Lula ao Prêmio Nobel da Paz deste ano.
Na última terça-feira (29), do jornal francês l’Humanité – um dos mais tradicionais veículos de defesa dos direitos humanos do mundo -, estampou em sua capa a foto do ex-presidente com a mensagem “O Nobel da Paz para Lula!”, aderindo à campanha.
O jornal destacou que mais de meio milhão de pessoas já havia assinado a petição para tornar Lula um Nobel da Paz. “Aquele que hoje é prisioneiro político teve a iniciativa de um programa para erradicar a fome”, escreveu, em referência ao Fome Zero, programa de erradicação da pobreza iniciado ainda no primeiro mandato de Lula à frente da Presidência da República.
No Brasil, a candidatura teve o respaldo de milhares de pessoas, incluindo personagens da vida política brasileira que não fizeram parte dos governos petistas ou que não estiveram ao lado de Lula durante toda sua trajetória. É o caso do economista Luiz Carlos Bresser-Pereira, ex-ministro de José Sarney e Fernando Henrique Cardoso (1995-1998; 1999), que assinou o formulário do Comitê Norueguês enfatizando a política de relações exteriores do governo Lula – especialmente a intermediação feita pelo Brasil no conflito Estados Unidos e Irã.
As propostas enviadas ao Comitê serão analisadas por uma comissão especial, composta por cinco acadêmicos, eleitos de três em três anos. Até março, as academias definem uma lista final de cinco nomes (ou grupo de nomes – também chamada de short list), dos quais um será escolhido até o final de setembro. O nome do vencedor é revelado na primeira semana de outubro.
Campanha
Adolfo Pérez Esquivel, ativista, escritor e arquiteto argentino, vencedor do Prêmio Nobel da Paz em 1980 por sua atuação em defesa dos direitos humanos durante a ditadura militar argentina (1976-1983), iniciou uma campanha em abril de 2018, poucos dias antes da prisão do ex-presidente Lula, para garantir sua indicação ao Prêmio Nobel da Paz.
Em uma carta direcionada ao comitê do Nobel, Esquivel afirmou que a “Paz não é apenas a ausência de guerra, nem se trata de evitar a morte de uma ou muitas pessoas, a Paz também é dotar os povos de esperança de futuro”.
Durante os dois mandatos de Lula como presidente, de 2003 a 2010, a pobreza caiu 50,64% no Brasil – conforme pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) em 2011, a partir de resultados obtidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Por Brasil de Fato
+ There are no comments
Add yours