Visão de Ricardo Vélez Rodríguez, ministro da Educação, reflete as políticas antipovo do atual governo
Que Jair Bolsonaro governa para o capital e seus correligionários, todos sabem. Mas nesta segunda-feira (28) a irresponsabilidade do atual governo com o povo brasileiro tomou novas proporções. Um país carente de educação, que, secularmente, teve o serviço como um “bem privado” de uma elite, agora tem suas conquistas ameaçadas.
Depois de defender o ensino à distância, propor cobranças para o ensino superior público, agora, a equipe de Bolsonaro assume, literalmente, que a graduação não é para todas as brasileiras e brasileiros. Em entrevista ao Valor Econômico desta segunda-feira (28) , o ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, afirmou que “a ideia de universidade para todos não existe.”
Rodríguez ainda fez questão de excluir os menos privilegiados em sua visão de ensino no país. Ele acrescentou que “as universidades devem ficar reservadas para uma elite intelectual, que não é a mesma elite econômica [do país].”
A reportagem apresenta ainda o despreparo do ministro de Bolsonaro que apela para a discussão de ideologia de gêneros. Ele afirma que as escolas ensinam “menino a beijar menino e menina a beijar menina”, mas ao ser questionado sobre a falta de evidências desta tese, ele se esquiva sem qualquer prova concreta.
As afirmações tão absurdas mostram que o atual governo parece “desconhecer” a realidade brasileira ou então não tem reservas para assumir de qual lado realmente está.
Governos de Lula e Dilma mudaram a realidade da educação
Os anúncios feitos recentemente pelo atual governo, mostram que todos os avanços conquistados pelo povo brasileiro nos últimos anos estão ameaçados. Pagando uma dívida secular do Estado ao povo, os governos do PT implantaram políticas como a expansão dos campus federais e dos institutos, a criação de programas como ProUni que ajudou 50 milhões de pessoas a ingressarem nas universidades.
Foi durante os governos de Lula e Dilma que famílias viram, pela primeira vez, um familiar receber o diploma de graduação.
Em entrevista publicada no ano passado, Lula falou sobre a sua atuação, e de seu ministro à época Fernando Haddad. “Em pouco tempo proibimos a palavra ‘gasto’ em Educação, em 12 anos fizemos mais escolas técnicas do que eles fizeram em cem anos, em 12 anos colocamos mais jovens na universidade que eles colocaram em 100 anos. Essa gente tem preconceito contra isso?”
Educação deve ser prioridade, mas para Jair não é
Apesar de todos os esforços do Partido dos Trabalhadores na educação brasileira e dos avanços conquistados — uma das maiores marcas principalmente nos mandatos de Lula — ainda há muito o que fazer nesta área que ficou durante séculos abandonada pelo poder público.
Estudo da Abmes (Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior) divulgado em abril de 2017, aponta que 70% dos estudantes brasileiros não chegam à universidade por falta de dinheiro. A pesquisa informa ainda que 23% não continuaram com os estudos por não conseguirem passar em uma instituição pública.
A Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua 2017, estudo publicado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em 2018, apresenta também dados alarmantes sobre o jovem no Brasil. São 48,5 milhões de pessoas, com idade entre 15 e 29 anos que não estudam e nem trabalham: os famosos nem nem. Este número aumentou quase 6% em relação ao estudo do ano anterior.
Os números apontam para um declínio na educação brasileira e a postura do atual ministro mostra a falta de respeito e de cuidado deste governo com o povo.
Da Redação da Agência PT de notícias com informações do Valor Econômico
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