Escândalo de Flávio Bolsonaro com milícias e depósitos suspeitos também se sobrepôs à presença de Jair no Fórum Econômico Mundial
A fala curta e desprovida de conteúdo feita por Jair Bolsonaro nesta terça (22) no Fórum Econômico de Davos foi alvo de comentários que variavam entre “desastre”, “realmente bizarro”, “grande falha”, até “Bolsonaro me dá medo”. A cobertura da imprensa internacional não ficou muito diferente, apesar de certa expectativa entre os órgãos ligados ao mercado financeiro com a possível entrega das empresas nacionais brasileiras.
Tamanha foi a repercussão negativa, por conta das poucas palavras e pela falta de exemplos concretos sobre como executar as propostas, que um dos filhos de Jair, Carlos Bolsonaro, acabou perdendo a mão e chamou todos os jornalistas de “bandidos” através das redes sociais. Para mascarar a incompetência do pai, coloca a culpa no PT, apesar do partido não ser governo há 3 anos.
Até mesmo o site Bloomberg, voltado para investidores e que fez matéria mostrando otimismo com os planos de privatizações que pode entregar as riquezas nacionais, destacou que a primeira viagem de Bolsonaro para o exterior “foi ofuscada pelas denúncias de irregularidades financeiras na mídia brasileira, envolvendo seu filho mais velho. A investigação sobre Flávio Bolsonaro, um senador eleito, corre o risco de minar a agenda anticorrupção do presidente e alienar sua base de apoio”.
No Washington Post, o editor da newsletter de política internacional, Ishaan Tharoor, publicou artigo onde afirmou categoricamente que “o novo presidente do Brasil fracassa em sua estréia no exterior”. Segundo ele, o discurso decepcionou. “Bolsonaro falou por pouco menos de 10 minutos, entregando um discurso que observadores classificaram como “sem vida” e “engessado”. Como todos os outros líderes mundiais que vieram a Davos, ele declarou seu país “aberto” para negócios, mas ofereceu pouca informação sobre as reformas”, escreveu.
Ele ainda fez questão de colocar uma observação do professor de relações internacionais da Fundação Getúlio Vargas, para quem “o discurso bizarro, morno e sem foco de Bolsonaro é um sinal muito preocupante”.
No site do jornal inglês The Guardian, ganhou destaque na manchete o fato de que a “estréia em Davos de Bolsonaro foi ofuscada pelo crescente escândalo em torno do filho”. O texto afirma que “sua aparição amplamente criticada no Fórum Econômico Mundial na terça-feira foi ofuscada por um escândalo que já cresce como bola de neve envolvendo um de seus filhos, o recém-eleito senador Flávio Bolsonaro”.
Já o Business Insider, alfinetou executivos norte americanos por terem se sentado ao lado de Bolsonaro, com o título “CEOs da Apple e Microsoft jantam em Davos com o presidente brasileiro Jair Bolsonaro, que tem uma história de misoginia, racismo e homofobia”. Apontando que Bolsonaro é de extrema direita, o texto aponta que “o ex-capitão do exército causou indignação em seu próprio país e no exterior por comentários preconceituosos sobre mulheres, minorias e a comunidade LGBT”.
A agência Reuters publicou matéria destacando que “em sua primeira aparição no exterior desde que assumiu o cargo, o novo presidente do Brasil na terça-feira fez um discurso breve e vago para vender um ‘novo’ Brasil”. O texto ainda afirma que “ele quase não deu detalhes e não mencionou a previdência, o maior problema que seu governo terá que resolver”.
O jornal New York Times publicou matéria afirmando que “Bolsonaro é a face do populismo no Fórum de Davos”, descrevendo como o brasileiro tenta aproximar sua imagem à de Donald Trump, e classificando seu discurso como “breve” e “recebido com aplausos superficiais”.
Já o texto do The Telegraph afirmou que “Bolsonaro não conseguiu faturar como ‘Trump dos trópicos’”, por ter apresentado “um discurso pouco inspirador em Davos, que não esclareceu muito a direção da oitava maior economia do mundo“.
Outro site voltado para investidores, o Finacial Times, também focou na ânsia que se coloca para que Bolsonaro privatize as grandes estatais brasileiras, mas foi obrigado a publicar que “sua eleição, contudo, levantou medos em ambientalistas, de que iria buscar relaxar o combate ao desmatamento, levando à futura destruição da floresta amazônica”.
Em matéria sobre Davos, o site árabe Al Jazeera afirmou que “em sua primeira viagem ao exterior como presidente, Bolsonaro deixou para trás um escândalo sobre pagamentos suspeitos envolvendo seu filho, o político Flavio Bolsonaro, que nega qualquer irregularidade”.
Na agência France24, a questão do clima ganhou destaque. “Este ano, o novo líder de extrema-direita do Brasil, Jair Bolsonaro – outro cético do clima – encabeçou o evento, para desgosto de ONGs que alertaram sobre o impacto que seus projetos de desenvolvimento econômico terão na floresta amazônica e nos povos indígenas”.
Da Redação da Agência PT de notícias
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