Notícias falsas sobre o sobre suposto uso de dinheiro público para o financiamento de obras fora do país tem intenções políticas e econômicas, diz sociólogo
Quase três meses já se passaram desde o desfecho do processo eleitoral, mas o discurso de ódio da extrema-direita continua alimentando a produção de notícias falsas na tentativa de manchar o legado do PT e colocar em xeque a atuação de empresas públicas federais. Nos últimos dias, além de propagarem mentiras sobre a presidenta do PT, senadora Gleisi Hoffmann, a indústria das fake news passou a produzir também uma série de disparates sobre o BNDES.
Com a clara intenção de associar os financiamentos realizados pelo banco federal a um suposto esquema ilícito que favoreceria governos estrangeiros, as imagens que circulam ainda sugerem que tal aporte seria a razão da crise de infraestrutura enfrentada pelo Brasil nos últimos anos. Na visão delirante dos detratores, a paralisação de obras públicas e a falta de investimentos em áreas carentes por aqui recaem sobre o BNDES – já que, pelo raciocínio ilógico dos adversários, “o dinheiro que vai para fora deveria ter sido utilizado por aqui”.
Entre as ardilosas publicações veiculadas por redes que apoiam o governo de Jair Bolsonaro está, por exemplo, um financiamento para a compra de ônibus feita pelo governo da Colômbia. “O BNDES bancou a compra de 127 ônibus articulados para a Colômbia. Dinheiro meu, seu, nosso”, insinua a mensagem do print.
Acontece que o BNDES não “doa” dinheiro nem para governos de outros países nem para favorecer empresas estrangeiras. Todo repasse realizado pelo banco passa por uma série de critérios técnicos e favorecem justamente as empresas brasileiras que atuam fora do país. “Quando o BNDES faz um empréstimo para uma empreiteira brasileira construir uma obra no exterior, ele está financiando também, de modo indireto, um número grande de outras empresas que participam da cadeia da construção civil brasileira, beneficiando, sobretudo, o Brasil e sua economia”, explica o sociólogo Marcelo Zero.
Zero, que também é especialista em Relações Internacionais,vê apenas duas razões para disseminar os ataques ao BNDES. A primeira é econômica. “Trata-se claramente de uma cortina de fumaça para acabar com a credibilidade do banco, favorecer o setor privado e justificar sua possível privatização”, esclarece. A segunda razão é política: “O que eles pretendem é claramente desmoralizar as políticas de expansão de crédito do PT. Toda essa propagação de notícias falsas tem um viés político claro e baseado em total desinformação”.
Da Redação da Agência PT de Notícias
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