No Uruguai, o ex-ministro defendeu a união das esquerdas e dos movimentos progressistas para enfrentar a extrema direita no mundo
O candidato a Presidência da República pelo PT na última eleição, Fernando Haddad, defendeu nesta terça-feira (11), no Uruguai, a união das esquerdas e dos movimentos progressistas para enfrentar o avanço da extrema direita em todo o mundo. A afirmação ocorreu durante evento realizado em Montevidéu, na sede do Plenário Intersindical de Trabajadores – Convención Nacional de Trabajadores (PIT-CNT), maior central sindical do país.
Participaram do evento líderes sindicais e políticos uruguaios, além da deputada petista Benedita da Silva (PT-RJ), do senador Lindbergh Farias (PT-RJ) e do senador Humberto Costa (PT-PE).
Durante seu pronunciamento, Haddad citou o avanço da extrema direita no Brasil com a eleição de Jair Bolsonaro. “O resultado da eleição no Brasil choca menos pela derrota da esquerda, que poderia ter ocorrido para forças de centro ou de direita, e isso faz parte do jogo democrático, mas muito mais por conta da vitória da extrema direita, que colocou uma pessoa com o perfil de Bolsonaro à frente de uma das maiores democracias do mundo”, afirmou.
Segundo Haddad, essa vitória é parte de uma guinada ideológica conservadora que ocorre em vários países do mundo. Ele afirmou que apenas uma frente progressista de amplitude mundial pode se contrapor a essa tendência. “Temos de construir alternativas de poder com um programa ousado de transformação da sociedade. E, para isso, a resistência é necessária, para evitar mais retrocessos no futuro. Precisamos avançar, e esse avanço não pode se dar apenas no plano nacional”, defendeu Haddad.
Ele observou que a direita está se unificando no mundo, não apenas no plano econômico, e que a esquerda também precisa encontrar um norte para enfrentar esse avanço. “Eu disse isso recentemente em Nova York, quando participei de uma reunião da Internacional Progressista com o Bernie Sanders (senador democrata e ex-candidato à Presidência dos Estado Unidos) e com o ex-ministro das finanças da Grécia, Yanis Varoufakis. Temos que construir uma barreira para conter o avanço do conservadorismo e do neofascismo, que está ganhando espaço no mundo”, alertou.
Ainda como exemplos do avanço da extrema direita, ele citou recentes eleições realizadas na Holanda e na Espanha. Fernando Haddad explicou ainda que o resultado das eleições no Brasil também foi influenciado pela retirada do ex-presidente Lula da disputa e pela disseminação de notícias falsas e caluniosas dirigidas contra ele durante a campanha eleitoral.
Frente Ampla e Pepe Mujica – Antes do ato público na sede do PIT-CNT, Haddad e os parlamentares petistas se reuniram com o presidente da Frente Ampla, Javier Miranda. Ainda mais cedo, o encontro da comitiva brasileira foi com o ex-presidente do Uruguai José Pepe Mujica. Eles visitaram e conversaram com o líder político uruguaio em sua chácara, nos arredores de Montevidéu.
Segundo a deputada Benedita da Silva, a visita “foi um verdadeiro mergulho na história política da América Latina, o que muito fortalece a luta em defesa das políticas de integração da região”. Ela informou ainda que Pepe Mujica “mandou um grande abraço ao povo brasileiro e, é claro, desejou força ao presidente Lula”.
Por PT na Câmara
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