Bolsonaro dá fim aos Ministérios da Cultura e do Esporte

Gestão de cultura e esporte será englobada no Ministério da Cidadania comandado por Osmar Terra, o cara que pagou pipoca com dinheiro público

 

Os Ministérios da Cultura e do Esporte terão seu fim no governo Bolsonaro. Em mais uma prova de que é continuidade do governo Temer, ele confirmou nesta quarta-feira (28) que Osmar Terra será chefe do “superministério” da Cidadania que englobará esportes e cultura.

Osmar Terra foi ministro do Desenvolvimento Social de Temer até abril de 2017. Uma história conhecida de Terra é que enquanto deputado costumava emitir notas de baixo valor com os custos de sua alimentação e já pagou até pipoca e refrigerante com dinheiro público.

O Brasil deixará de ter um ministério de Esporte após 16 anos. Criado em 2003 pelo ex-presidente Lula, contribuiu para o desenvolvimento da infraestrutura esportiva do país e diminuiu o déficit de instalações, além de investir em obras como quadras de esporte, ginásios, estádios, complexos esportivos, campos de futebol, pistas de atletismo, praças de Juventude.

Sobre a extinção do Ministério da Cultura, o ex-secretário executivo do Ministério da Cultura durante o governo Dilma, João Brant, declara que “era exatamente isso que se esperava do governo Bolsonaro, uma ação reacionária, de caráter ultraconservador, que rebaixa o país intelectualmente e que faz um tema que é central para o desenvolvimento do país e que teve seus áureos tempos no governo Lula se consolide, como já vinha fazendo o governo Temer, como uma questão marginal, lateral e aliada ao pior fundamentalismo conservador”.

Sobre a escolha do ministro, João explica que faz parte do projeto do governo de Bolsonaro. “Já é muito evidente que no projeto de Bolsonaro não cabe qualquer cultura, na verdade existe um fundamentalismo anticultural nas suas ações e nos seus discursos. É muito representativo que se escolha um ministro conservador e que nada entende sobre o tema para lidar com a pasta que vai receber a cultura”.

O Ministério da Cultura foi criado em 1985 e é de grande importância para o desenvolvimento nacional. Durante o governo Lula, foi criado o Plano Nacional de Cultura (PNC) que tem como objetivo o planejamento e implementação de políticas públicas para promover a diversidade cultural, artística e étnica. Também foram reconhecidos elementos regionais como capoeira, frevo, samba de rosa e pintura corporal dos índios como Patrimônio Cultural Brasileiro.

“Para o país é uma grande perda. O Estado abre mão de ter a cultura como um de seus vetores de organização em um projeto de desenvolvimento, mas esse projeto parece quase ficção científica no governo Bolsonaro. Outro grande problema é que você diminui a importância dentro do governo, o que significa uma enorme dificuldade de estabelecer diálogo com outros ministérios, e isso se acarretará numa redução das políticas para o setor”, finaliza Brant.

Da Redação da Agência PT de Notícias

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