Unidade das Juventudes de Esquerda chama ao combate ao fascismo
SE FERE NOSSA EXISTÊNCIA, SEREMOS RESISTÊNCIA!
“Há pouco mais de uma semana, todos acompanhamos a apuração do primeiro turno e o anúncio de seu resultado nos deixou apreensivos. A juventude brasileira tem atuado lado a lado dos movimentos sociais e a possibilidade de a extrema-direita chegar ao poder põe isso em cheque. Defendemos um país com liberdades democráticas e políticas, que respeite a diversidade, os direitos humanos e sociais do nosso povo. Este avanço da extrema-direita se materializou na ida ao segundo turno de Jair Bolsonaro, deputado federal há quase 30 anos e que não possui nenhuma contribuição relevante ao nosso país, se utilizando do cargo para praticar crimes de ódio, apologia à tortura e à ditadura militar, destilando desprezo às mulheres, ao povo negro, às LGBTs, aos indígenas e aos imigrantes, além da prática reconhecida de carreirismo e nepotismo.
É evidente a tendência de avanço da extrema-direita no mundo. A crise internacional tem imposto uma agenda de austeridade a todos os trabalhadores e estudantes e pior, tem convencido vários setores da sociedade a apoiarem saídas autoritárias e fascistóides. Bolsonaro faz parte do grupo de Donald Trump, Theresa May, Ângela Merkel, Rodrigo Duterte e outros líderes políticos que corroboram com essas políticas. Precisaremos de apoio dos democratas do Brasil e de todo o mundo para que nosso povo rejeite Bolsonaro e todos os retrocessos que ele representa para o país.
Bolsonaro busca ancorar o seu ódio na insatisfação do povo brasileiro contra o sistema político, a insegurança, o desemprego e a desesperança, se apresentando como candidato antissistema. Por trás do discurso de uma mudança ultraconservadora, ele mascara uma política econômica neoliberal, dominada por um banqueiro, Paulo Guedes, que visa cortar os direitos dos trabalhadores e maximizar os lucros dos grandes empresários. Assim, Bolsonaro votou a favor de todos os retrocessos do governo Temer como a Reforma Trabalhista, da Previdência, a Emenda do Teto de Gastos e sua chapa defendeu publicamente absurdos como o fim do 13° salário, dos direitos das domésticas e de programas como o Bolsa Família.
Consigo, o candidato do PSL traz como vice um general da reserva que, além de repetir todas as suas apologias aos crimes do Regime Militar, coloca como possível a aplicação de um “autogolpe”, o que significaria o retorno do estado de exceção que já vivemos no Brasil durante mais de 20 anos de ditadura militar. Ele nega a toda a uma geração de jovens o direito de questionar, sob a penalidade do cárcere, da tortura e da morte. Caso Bolsonaro seja eleito, sabemos que as nossas vidas, os nossos direitos e o nosso futuro estarão ameaçados.
O programa de retrocessos de Bolsonaro é contra as minorias de direito e se utiliza do ódio como argumento. Não à toa, nos primeiros dias após o primeiro turno já vimos dezenas de ataques de seus apoiadores a negros, mulheres, LGBTs e trabalhadores que não o apoiam. Seu projeto, para ser implementado, será imposto com medidas antidemocráticas, legitimando e institucionalizado a violência e a repressão contra os movimentos sociais, entidades estudantis, sindicatos e todos aqueles que se opuserem a ele.
Nossa geração tem cada vez mais defendido a diversidade que existe entre a juventude. Nossa geração é um dos principais alvos desse projeto nefasto! Somos jovens diversos que nunca viveram um período como este, pelo contrário, aprendemos que o país sem democracia pertencia ao passado, restrito somente aos livros de história de anos atrás. Mas nós também temos uma marca cravada em nossos corações, mentes e corpos, que é a marca da resistência. Ocupamos escolas e universidades contra a reforma do ensino médio, o fechamento das unidades escolares e a Emenda Constitucional 95; protagonizamos os principais atos dos últimos anos; ocupamos as ruas reivindicando o direito à cidade e à felicidade, contra a exclusão representada nas altas tarifas do transporte público; conquistamos cotas raciais e sociais nas universidades; muitas vezes fomos o primeiro ou o segundo da família a entrar no ensino superior.
Nossa faixa etária apresenta o maior índice de rejeição a Bolsonaro pois sentimos na pele o crescimento da violência que tem tirado a vida de muitos jovens nas periferias desse país e não achamos que mais violência possa servir como resposta! Não podemos naturalizar que essa realidade, que põe em risco a nossa própria existência, seja legitimada como projeto de país nas eleições presidenciais. E por isso, não é surpresa que, nesse segundo turno, somos aqueles que prontamente mobilizam nas universidades e nas ruas para lutar em defesa da democracia. Para nossa geração, uma tarefa histórica se apresenta para ser cumprida no presente e no futuro e essa tarefa é derrotar o fascismo no Brasil.
É com esse espírito, cientes de que temos um papel importante nesse momento político, e que qualquer diferença entre nós se torna secundária diante da defesa da democracia, que os movimentos de juventude se unificam em torno a campanha #Vote13, de Fernando Haddad e Manuela D’Ávila. Vamos estar unidos construindo comitês por todos os bairros, escolas e universidades, onde houver um coração jovem que queira resistir e lutar em nome da liberdade, mobilizando os nossos sonhos em defesa daquilo que outras gerações conquistaram para nós. O tempo é curto. Mas juntos, todos nós, podemos contribuir para virar o jogo. E nós vamos virar!”
Assinam:
JPT – Juventude do PT
UJS – União da Juventude Socialista
Levante Popular da Juventude
Juventude Socialista (PDT)
Kizomba
RUA-Juventude Anticapitalista
Afronte!
UJC – União da Juventude Comunista
Juntos!
JPROS – Juventude do PROS
JSB – Juventude Socialista Brasileira
Quilombo
Disparada
JR – Juventude Revolução
Paratodos
Manifesta
Veias Abertas
O Estopim!
Coletivo ENEGRECER
Juventude Fogo no Pavio – MTST
UJR – União da Juventude Rebelião
Movimento Correnteza
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