A falta de confiança da população na política, em especial aqui no nosso Distrito Federal, trouxe consigo uma onda autoritária nunca vista desde a redemocratização do país. A ascensão do discurso de ódio, das ameaças e ações violentas propagadas pela candidatura de Jair Bolsonaro e seus apoiadores representam um grave risco a nossa profissão, a nossa vida e nossa democracia.
Agressões e ameaças aos jornalistas bateram recordes durante esse período eleitoral, em sua grande maioria por apoiadores do candidato do PSL. Segundo levantamento da Abraji, desde o início do período eleitoral até o momento, mais de 130 jornalistas foram ameaçados durante o seu exercício profissional. Importante, destacar ainda, o histórico autoritário do candidato contra profissionais da imprensa durante todo período que exerceu mandato na Câmara.
Diversos segmentos sociais também vêm sendo ameaçados por quem, em nome da candidatura do PSL, vem pregando o ódio, o preconceito, a discriminação e a violência. Já são inúmeros casos de professores, estudantes, mulheres, LGBTs atacados durante o período eleitoral. No domingo, dia do primeiro turno, o Mestre Moa do Katendê, conhecida lideranças cultural de Salvador, foi assassinado após se posicionar em favor de outro candidato, que hoje disputa o segundo turno com Jair Bolsonaro. Situações absurdas e extremas, que ferem a democracia e as quais não podemos, de forma alguma, normalizar.
Nossa categoria, que tanto lutou pela redemocratização do Brasil, não pode aceitar esta escalada de violência e tudo O que representa o avanço desse ideário para o Brasil. Independente do outro lado da disputa, o que está em risco é o pleno exercício do jornalismo e a garantia das liberdades democráticas no país.
Não existem justificativas para apoiar Jair Bolsonaro, seu ideário e seu projeto para a sociedade. Lutemos nas ruas e nas urnas para evitar este retrocesso.
“Art. 6º É dever do jornalista:
I – opor-se ao arbítrio, ao autoritarismo e à opressão, bem como defender os princípios expressos na Declaração Universal dos Direitos Humanos;
III – lutar pela liberdade de pensamento e de expressão;
IV – defender o livre exercício da profissão;
X – defender os princípios constitucionais e legais, base do estado democrático de direito;
XI – defender os direitos do cidadão, contribuindo para a promoção das garantias individuais e coletivas, em especial as das crianças, dos adolescentes, das mulheres, dos idosos, dos negros e das minorias;
XIV – combater a prática de perseguição ou discriminação por motivos sociais, econômicos, políticos, religiosos, de gênero, raciais, de orientação sexual, condição física ou mental, ou de qualquer outra natureza.”
Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros.
Brasília-DF, 15 de outubro de 2018.
Diretoria do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do DF – SJPDF
Fonte: CUT Brasília
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