Por Mário Augusto Jakobskind*
A cada semana que passa a opinião pública é submetida a duas ou mais pesquisas eleitorais com resultados diversos. Programas na TV a cabo submetem os responsáveis pelos institutos de pesquisas, como o Ibope e Datafolha, a sabatinas que parecem destinadas a fazer a cabeça, sobretudo dos eleitores incautos. É uma rotina que objetiva claramente evitar que a direita, hoje disfarçada de centro, venha a ser derrotada.
Enquanto isso acontece, os candidatos de direita, entre eles Geraldo Alckmin tentam desesperadamente enfrentar a rejeição que sofrem. “Jornalões”como O Globo são acionados e divulgam, por exemplo, a opinião de figuras como Fernando Henrique Cardoso, visivelmente desesperado porque o candidato de seu partido, o PSDB, não decola. Cardoso tenta, em um exercício de enganação, evitar que seus correligionários se bandeiem para o lado de Jair Bolsonaro, como se o candidato extremista nada tivesse a ver com o chamado tucanato.
Tentam esconder que o capitão reformado foi um entusiasta da campanha golpista que resultou na derrubada da presidenta constitucional Dilma Rousseff. E, também, que em 2014 não só apoiou o candidato do PSDB, Aécio Neves, como queria ser seu vice.
As baterias da mídia comercial e de políticos de direita que se apresentam como centro procuram de todas as formas se voltar contra o candidato do PT, Fernando Haddad. E, para disfarçar, criticam o deputado capitão da reserva, que no final das contas será, segundo indicam as próprias pesquisas, o que lhes restará para enfrentar Fernando Haddad.
Então, é preciso acompanhar com atenção os próximos passos da campanha eleitoral e estar atento contra manobras do tipo terceira via que podem restar para evitar a derrota que se vislumbra dos enganadores e será uma demonstração concreta de que o eleitorado responde ao que aconteceu em 2016 com a manobra golpista que resultou na ascensão do lesa pátria Michel Temer, com o apoio do PSDB, que agora vendo o barco afundar tenta enganar se apresentando na campanha como se não tivesse nada a ver com o atual governo.
Mas o desespero bate as portas desse grupo que tenta iludir o que ainda resta de eleitores incautos. Haja vista, sobretudo, Geraldo Alckmin, Álvaro Dias, Henrique Meirelles e também Marina Silva.
Cabe então uma pergunta: qual será a posição de Ciro Gomes? Ou seja, de que lado ficará em um possível segundo turno sem a sua candidatura? E por que não se pronuncia agora contra as manobras da direita que se apresenta como centro tentando envolver o seu nome?
Enquanto isso…
Em tempo, a diretoria da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), capitaneada por Domingos Meirelles, deve uma satisfação aos jornalistas associados da entidade secular e a opinião pública de um modo geral. Qual o motivo de ser permitido que a filha do meliante Eduardo Cunha ocupe uma dependência da entidade para fazer campanha eleitoral?
Precisa tornar público se a dependência é paga ou foi cedida generosamente. Independente de qualquer coisa trata-se de uma afronta e confirma a que ponto chegou a gestão de Domingos Meirelles, também apoiador do governo golpista de Michel Temer.
Em suma, a ABI deixou de ser um entidade com protagonismo histórico e desonra anteriores gestões como a de Barbosa Lima Sobrinho e Mauricio Azedo, entre outras.
*Mário Augusto Jakobskind é colunista do site Brasil de Fato
Fonte: Brasil de Fato
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