As falas machistas, misóginas, homofóbicas, racistas, retrógradas e conservadoras do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) não estão passando impunes. Dentro e fora do Brasil, grupos se insurgem contra os ataques do capitão da reserva do Exército. No próximo sábado, dia 29, mulheres e homens do Distrito Federal se somarão aos atos realizados em todo o país e no mundo contra Bolsonaro. Na capital do Brasil, a concentração da atividade será às 14h, no gramado da rodoviária do Plano Piloto (entre o Conic e o Conjunto Nacional). Às 15h, as ativistas sairão rumo à Torre de TV, onde será realizado ato político. Acesse aqui o evento.
“É importantíssimo todas nós estarmos nessa atividade do dia 29. Esse será um ato não só contra Bolsonaro, mas contra tudo aquilo que ele representa. É importante falarmos para cada um dos nossos conhecidos, em todos os ambientes que transitamos, sobre os riscos que o Brasil e o povo brasileiro correm com a possibilidade de ter esse tirano na principal cadeira do Executivo do nosso país. Temos que lembrar que as políticas feitas de valorização da mulher e de proteção dos seus direitos enquanto ser humano foram promovidas nos governos Lula e Dilma”, afirma a secretária de Mulheres da CUT Brasília, Sônia Queiroz.
De acordo com publicação da Rede Brasil Atual, até o último dia 21 de setembro, o Facebook registrava 109 eventos contra Bolsonaro para este sábado (29), em diversas capitais do país e cidades do interior. Também foram registradas atividades em outros países como Portugal, Alemanha, França, Irlanda, Espanha, Austrália, Inglaterra e Holanda.
Ataque às mulheres
Um dos pronunciamentos mais polêmicos do presidenciável Jair Bolsonaro, inclusive utilizado na atual campanha eleitoral, é quanto à remuneração da mulher comparada a do homem. Para ele, é normal e justo que as mulheres recebam menos que homens, já que engravidam.
Em 2003 Bolsonaro também disse que à deputada Maria do Rosário (PT-RS) que não a estupraria porque ela não merecia. Além de proferir a atrocidade, ele ainda a empurrou, em frente às câmeras. No dia seguinte, Bolsonaro concedeu entrevista ao jornal Zero Hora, do Rio Grande do Sul, onde reafirmou o que havia dito na Câmara. “Ela não merece (ser estuprada) porque ela é muito ruim, porque ela é muito feia, não faz meu gênero, jamais a estupraria. Eu não sou estuprador, mas, se fosse, não iria estuprar, porque não merece”.
No processo ilegal de impeachment da presidenta eleita Dilma Rousseff, Jair Bolsonaro também dedicou seu discurso em Plenário (e para todo o mundo) para o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, um dos mais temidos da ditadura militar. O coronel em questão estuprou e matou mulheres, e uma de suas práticas era a de inserir ratos em suas vaginas.
Em 2017, durante palestra no Clube Hebraica, Bolsonaro, mais uma vez, mostrou seu ódio contra as mulheres. Dessa vez, usando a própria família. “Fui com os meus três filhos, o outro foi também, foram quatro. Eu tenho o quinto também, o quinto eu dei uma fraquejada. Foram quatro homens, a quinta eu dei uma fraquejada e veio mulher”, disse.
Em resposta à artista Preta Gil, em 2011, após questionado sobre o que faria se seu filho se apaixonasse por uma negra, Bolsonaro disse: “Eu não corro esse risco porque meus filhos foram muito bem educados e não viveram em ambientes como lamentavelmente é o teu”.
Jair Bolsonaro está na Câmara dos Deputados há quase 30 anos, já passou por nove partidos e, nessas três décadas, só teve dois projetos aprovados. Ele é apoiador de várias propostas contra a classe trabalhadora e os direitos da pessoa humana, como a reforma trabalhista.
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