Diversas categorias ouviram o chamado da CUT e demais centrais sindicais. O país inteiro se mobilizou e engrossou o Dia do Basta, nesta sexta-feira (10). Desde a madrugada, paralisações, atrasos de turnos, panfletagens, diálogo com a população e atos pipocaram em diversas cidades para denunciar os retrocessos vivenciados por toda classe trabalhadora.
O atual cenário é de perdas imensuráveis para toda sociedade. O golpe político-jurídico-midiático de 2016 trouxe, e continua trazendo, consequências para os que são responsáveis por construir o país. Por isso, a Central Única dos Trabalhadores afirma que o Dia do Basta, é o momento para que a voz de toda população ecoe, e diga não às injustiças instauradas pelo ilegítimo governo Temer, e suas nefastas reformas.
“Nosso objetivo é avançar contra as ações que geram desemprego, congelamento dos salários, sucateamento dos serviços públicos, piora nas condições de trabalho e outros ataques instaurados com a reforma trabalhista, a privatização das estatais, a terceirização sem limites e outros retrocessos impostos pelo golpismo. A classe trabalhadora precisa se unir para barrar todas as investidas desse governo ilegítimo. Agora, o objetivo é manter a unidade e, juntos, apoiarmos a candidatura de Lula, que é o único capaz de mudar esse cenário de calamidade”, conclamou o secretário de Finanças da CUT Brasília, Julimar Roberto.
Mobilizações pelo país
Os metalúrgicos do ABC paulista iniciaram as mobilizações às 5h, com uma assembleia no pátio da Mercedes-Benz e participaram do ato unificado, em frente à sede da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), na Avenida Paulista. A ação conjunta contou com ampla participação de bancários, servidores públicos, químicos, petroleiros e eletricitários. Em Taubaté, município que fica no interior do estado, 4,5 mil trabalhadores realizaram paralisação que causou o fechamento de 25 indústrias.
Já no Ceará, cerca de cinco mil trabalhadores realizaram caminhada pelas ruas do centro de Fortaleza. Foram registrados atos, caminhadas e paralisações em Madalena, Juazeiro do Norte, Limoeiro do Norte e Quixadá.
Enquanto que na Bahia, trabalhadores e trabalhadoras contribuíram para o Dia do Basta com assembleias e rodas de conversas com a população sobre as regressões de direitos.
Em Pernambuco, petroleiros manifestaram-se em frente à refinaria Abreu e Lima e algumas rodovias pelo estado foram fechadas por movimentos populares. Em Salvador, petroleiros das fábricas, lojas e refinarias da Petrobras conseguiram paralisar o comércio e caminharam pelo centro da cidade.
Aqui em Brasília, não poderia ser diferente. O dia do Basta contou com mobilizações durante todo o dia em diversas regiões administrativas do DF desde as primeiras horas da madrugada.
O sol nem havia nascido e as atividades já estavam a todo vapor. Por volta das 5h, o Sindlurb (Sindicato dos Trabalhadores da Limpeza Urbana) realizou grande ato em frente à antiga sede da Sistema de Limpeza Urbana (SLU). No mesmo horário, os trabalhadores em transporte de bebidas do DF, organizados pelo Sintrabe, impediram a saída dos veículos de distribuição na fábrica da Coca-Cola, em Taguatinga, e realizaram panfletagem com diálogo com a base.
Ainda com o objetivo de conscientizar e dialogar com a população, diversos sindicatos organizaram suas categorias para panfletagem em locais distintos do DF. Dentre eles, o Sindsep-DF (servidores públicos federais), Sindcom (comerciários), Sindbombeiros (bombeiros Civis) e Sintect (trabalhadores dos Correios). O Sindicato dos Professores (Sinpro) também engrossou a mobilização e montou uma grande estrutura na Praça dos Aposentados, no Conic, para realização de aulas populares.
Além dessas ações, o Sintfub (Sindicato dos Trabalhadores da Fundação Universidade de Brasília), a Fasubra (Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil) e o Sindsep-DF realizaram um ato em frente ao Ministério da Fazenda contra a Emenda Constitucional (EC) 95, que congela os investimentos em educação, saúde e outros setores por 20 anos. Outra atividade importante foi executada pelo Sindicato dos Bancários de Brasília, que organizou sua base para segurar os bancos fechados até o meio-dia.
Os eletricitários, organizados pelo STIU-DF, também participaram das ações pela manhã, e realizaram assembleias na sede da Eletronorte, Furnas e no Operador do Sistema Elétrico (ONS).
Às 15h, o Sindicato dos Empregados no Comércio do DF (Sindicom) realizou ato público, em frente ao Conjunto Nacional, contra o fim de direitos. A categoria ocupou o maior edifício comercial da capital federal e alertou a população sobre a atual conjuntura política.
O final da tarde foi marcado pela grande Marcha Nacional Lula Livre, convocada pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Mais de cinco mil trabalhadores rurais percorreram as cidades do entorno de Brasília até chegarem à capital federal, onde ficarão até a próxima quarta-feira (15), data do registro da candidatura de Lula à presidência, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A marcha é composta por três colunas, com saídas de Formosa (rodovia BR-020), Luziânia (rodovia BR 040) e Engenho das Lages (rodovia BR 060).
O Dia do Basta encerrou-se com saldo positivo para a classe trabalhadora e culminou com a atividade realizada pelo Sindicato dos Professores em Estabelecimentos Particulares de Ensino (Sinproep). Os educadores panfletaram em frente à Universidade Paulista (UNIP) e conversaram com os alunos sobre os inúmeros retrocessos que ameaçam a democracia brasileira.
“Sem dúvida, foi um dia muito importante e histórico para a classe trabalhadora. Aconteceram diversos atos, de diferentes categorias, em vários estados. Isto foi fundamental para dialogar diretamente com a população sobre a necessidade de luta. Denunciamos toda nossa indignação aos retrocessos e todas as maldades impostas por esse governo, em especial, a nefasta reforma trabalhista. Agora, continuaremos construindo o enfrentamento e convocando a mobilização em defesa de Lula”, avaliou o presidente interino da CUT Brasília, Rodrigo Rodrigues.
Fonte: CUT Brasília
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