O candidato do PT ao governo do Distrito Federal, Júlio Miragaya, e a candidata a vice-governadora, Cláudia Farinha, se encontraram na quarta-feira com lideranças dos movimentos agrários para tratar da pauta dos trabalhadores rurais e avançar na construção do programa do partido.
O encontro organizado pela Secretaria Agrária Nacional do PT contou também com as presenças dos candidatos ao Senado Marcelo Neves e Wasny de Roure, da presidenta da legenda, deputada federal Erika Kokay, e de diversos candidatos e candidatas às câmaras Federal e Distrital. A iniciativa contou com a parceria das secretarias Agrária e de Mobilização do PT-DF.
O diagnóstico da questão agrária no DF e no país e o detalhamento da pauta dos trabalhadores do campo foram feitos por representantes do Movimento Sem Terra (MST), do Movimento de Luta pela Terra (MLT), do Movimento de Mulheres Camponesas (MMC), da Federação dos Trabalhadores Rurais do DF (FETADFE), do Sindicato dos Trabalhadores Rurais do DF (STTR/DF), e da Casa Frida (movimento cultural).
A concentração excessiva da terra e da renda, a exclusão social e a degradação ambiental decorrentes do modelo agroexportador são questões centrais no diagnóstico dos movimentos dos trabalhadores. Essa realidade do país é apontada como ainda mais crítica no Distrito Federal.
Os agricultores lembram que o DF, com seus 580 mil hectares – aproximadamente 0,07 dos 850 milhões de hectares do território nacional -, terceira maior população do país, primeiro em renda per capita, oitavo produto interno bruto e décimo sexto em produção agropecuária quando comparado com aos 5,2 mil municípios brasileiros, ostenta no ranking nacional, paradoxalmente, o segundo lugar em desigualdade social, ficando atrás apenas do estado do Maranhão.
A concentração é apontada pelos agricultores como um dos principais fatores dessa desigualdade. De acordo com o Censo Agropecuário de 2006, 0,8% dos estabelecimentos rurais possuem 26% do território do DF, enquanto 88% detém apenas 22% de toda a área. Os estabelecimentos iguais ou acima de mil hectares superam em 125 vezes os inferiores a cem hectares. Essas terras, em sua maioria, são de domínio público.
Para os movimentos dos trabalhadores do campo, a alteração dessa realidade exige democratização do acesso à terra por meio de programas de reordenamento fundiário. Trata-se, na visão dos agricultores, da “efetivação do direito à terra – ao bem de produção e espaço de vida – mediante o estabelecimento de relações mais equilibradas de distribuição e uso dos recursos naturais”.
A escassez de recursos naturais, própria de território reduzido e densamente ocupado, torna indispensável, segundo as representações dos agricultores, a transição do modelo de produção tradicional para o agroecológico, o que implica em destinação das terras do DF para a agricultura familiar, exclusivamente.
Plenária
As entidades dos trabalhadores rurais decidiram no encontro de segunda-feira com os candidatos do PT pela realização de uma plenária para detalhamento das suas propostas. A intenção é encaminhá-las a todos os demais candidatos ao GDF.
Curso de formação
A Secretaria Agrária Nacional anunciou a realização de curso de formação de monitores para questões agrárias, com o objetivo de alcançar, no mínimo, 80 inscritos no Distrito Federal. Os interessados devem procurar a Secretaria Agrária do PT-DF.
Lula Livre
As entidades que integram o movimento agrário do Distrito Federal definiram como prioridade a mobilização dos trabalhadores do campo para o grande ato político do dia 15 de agosto pela liberdade de Lula e em defesa de sua candidatura à Presidência da República.
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