A abertura do 1° Encontro Nacional das Crianças Sem Terrinha deu destaque à luta pela educação pública e de qualidade no campo, atualmente, um dos maiores desafios do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) frente ao governo golpista que impõe, entre outros retrocessos, cortes orçamentários sobre a educação do campo. A abertura foi realizada nessa segunda-feira (23), no Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade, em Brasília.
Nas comunidades rurais, o fechamento de escolas vem endurecendo a realidade do campo. Muitas escolas foram fechadas sob a alegação de economia de gastos, resultando na evasão dos educandos e educandas.
Sob o lema “Sem Terrinha em Movimento: Brincar, Sorrir, Lutar por Reforma Agrária Popular!”, mais de mil crianças, entre oito e 12 anos, vindas de 24 estados, ocuparão Brasília até o dia 26 para trocar experiências sobre a infância no campo e tratar de forma lúdica sobre o direito à terra, educação e alimentação saudável, com muita animação e brincadeiras.
Sara Carvalho de Sousa, que vive e estuda em um assentamento no Espírito Santo
“Este espaço foi especialmente criado para nossa formação e educação. Estou muito feliz por estar aqui e além poder brincar e conhecer colegas do Brasil inteiro, lutar por nossos direitos e, principalmente, por nossa educação. Nascemos nos acampamentos e assentamentos e lá aprendemos a viver coletivamente, a repartir o alimento e que juntos somos mais fortes. Nós, Sem Terrinha, somos frutos dessa luta e continuadores dela. Os sem terrinhas de todo país esperam que esse encontro nos impulsione a seguir lutando”, disse Sara Carvalho de Sousa, que vive e estuda em um assentamento no Espírito Santo, e falou na abertura do evento pelos sem terrinha.
De acordo com Márcia Ramos, que compõe o Coletivo Nacional de Educação do MST, o Encontro Sem Terrinha pretende inserir as crianças no debate sobre a importância da construção de uma Reforma Agrária Popular. “Esse encontro é resultado de um processo coletivo que o Movimento vem realizando há vários anos. Nossa expectativa é muito boa, pois queremos gerar um significado político e pedagógico. A ideia é traduzir para essas crianças e gerar o protagonismo infantil. Este é também o momento de discutir o futuro de um mundo melhor.”
Para a deputada federal do Erika Kokay (PT-DF), o Encontro Sem Terrinha é fundamental para incentivar a esperança e a luta por uma sociedade melhor. “Vocês mostram àqueles que são frutos do golpe, o que, de fato, é ser livre. Precisamos lutar pelo Brasil em que nossas crianças sejam cuidadas com dignidade, com acesso à educação, moradia e alimentação. O encontro das Crianças Sem Terrinha faz com que elas se coloquem em movimento e as tornam cidadãs”.
Já o presidente interino da CUT Brasília, Rodrigo Rodrigues, reforçou a importância da participação da Central em atividades como esta. “Neste momento de aprofundamento do golpe instaurado no país, é fundamental levarmos o debate sobre a luta por direito para todos que compõem a sociedade, inclusive as crianças. Discussões sobre educação e reforma agrária é uma brilhante iniciativa do MST e uma oportunidade de aproximar ainda mais nossas bandeiras de luta”, destacou.
Fonte: CUT Brasília
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