A pesquisadora e professora de Direito da Universidade de Brasília (UnB), Debora Diniz, que luta pelo direito das mulheres com a descriminalização do aborto, teve que sair do Distrito Federal devido às constantes ameaças de morte e agressão por parte de um grupo ligado à extrema-direita. O estopim foi nessa quarta-feira (18), quando foi acuada por um grupo de homens – ainda não identificados – ao sair de uma palestra ministrada em Brasília.
Segundo publicou a Revista Fórum, entre as mensagens recebidas pela pesquisadora, estão as que a intitulam como “monstro” e “assassina”, e outras bem mais graves, que incitam sua morte. De acordo com a Fórum, Debora chegou a registrar um boletim de ocorrência na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) de Brasília, no início do mês, por conta das ameaças.
“O desinteresse total dos governos em cumprir a as leis, em especial a Constituição Federal, faz ruir a nossa democracia e alavanca o avanço do fascismo. É inadmissível que casos como esse ocorram e nenhuma providência seja tomada. Nós, mulheres trabalhadoras da CUT Brasília, damos nosso total apoio à professora Debora Diniz e alertamos: não calarão nossa voz! Continuaremos lutando para que as mulheres tenham autonomia sobre seus corpos e que o abortamento possa ser realizado de forma legal e segura por meio do Sistema Único de Saúde”, afirma a secretária de Mulheres da CUT Brasília.
A professora Debora Diniz está entre os intelectuais mais reconhecidos pela defesa de uma saúde pública que priorize a vida das mulheres. Ela já foi prestigiada pela revista Foreign Policy como uma das cem mais importantes pensadoras no mundo, pelo trabalho sobre as grávidas que contraíram Zika Vírus. Atualmente ela trabalha no instituto de bioética Anis, uma organização que reúne profissionais para atuar junto a entidades sociais, políticas e educativas, assessorando e advogando os princípios dos direitos fundamentais das mulheres.
Debora Diniz é uma das convidadas a participar como expositora das audiências públicas no Supremo Tribunal Federal sobre o direito à interrupção da gestação até a 12ª semana, que serão realizadas de 3 a 6 de agosto.
Fonte: CUT Brasília, com informações da Revista Fórum | Foto: OAB-DF
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