Considerando que o dia 13 de Maio é uma data que passa a ser de protestos contra a farsa da abolição da escravatura, o Sindicato promove no dia 24 a atividade “A abolição que não ocorreu”, a partir das 17h, no Teatro dos Bancários. Paralelamente, será realizada a Feira dos Afroempreendedores, no foyer do Teatro, para fortalecer a iniciativa e a produção econômica dos negros e negras do DF e Entorno.
O objetivo da atividade é denunciar a fraude do ato que extinguiu formalmente a escravidão e trazer à tona os efeitos sociais da “abolição inconclusa”, que não teve nenhuma preocupação com a inclusão das populações de ex-escravizados, através de políticas públicas que contemplassem educação, habitação, saúde e principalmente terra e instrumentos agrícolas para o início de uma nova vida.
Os resultados desta omissão são sentidos ainda hoje, na medida em que a população negra, majoritária no país, não está proporcionalmente presente em todos os segmentos da sociedade.
O protesto contra o 13 de Maio também visa desenvolver o sentimento de reparação a ser consubstanciada por ações afirmativas, bem como o reconhecimento por parte do Estado das iniquidades cometidas contra a parcela negra da sociedade brasileira.
Efeitos da pós “abolição”
Durante o evento, Viridiano Custódio de Brito, professor de História e coordenador do Movimento Popular ‘Por uma Ceilândia Melhor’ (Mopocem), falará sobre os efeitos da pós “abolição” para a população negra.
Também haverá uma apresentação musical com ‘Os Sobreviventes de Rua’.
Marginalização do povo negro
A extinção oficial da escravidão se deu por meio da Lei nº 3353, de 13 de maio de 1888, e consolidou a marginalização do povo negro, que durante séculos foi o motor da economia colonial brasileira. Para o movimento negro, 13 de Maio é o nome da “abolição racista brasileira”, segregacionista, que “aboliu” uma relação de exploração devido às pressões internacionais.
“Esta data é pura hipocrisia, traço peculiar da elite brasileira, que impôs e impõe a segregação social, educacional, econômica, cultural e racial”, ressalta o secretário de Combate às Discriminações do Sindicato, Ronaldo Lustosa.
E acrescenta: “O 13 de Maio de todos os anos é uma data a ser denunciada por ser uma farsa e por ser o marco histórico das distorções sociais contra o povo negro, situação que vivenciamos até hoje em nosso país”.
Confira a programação do evento
17h – Feira dos Afroempreendedores no foyer do Sindicato;
19h – Abertura do evento no Teatro dos Bancários, com o presidente do Sindicato, Eduardo Araújo;
19h05 – Viridiano Custódio de Brito, professor de História e coordenador do Movimento Popular por uma Ceilândia Melhor;
19h26 – Sobreviventes de Rua;
20h10 – Jeferson Meira, diretor do Sindicato e de Relações de Trabalho da Contraf-CUT e diretor do Sindicato;
20h20 – Debate;
21h – Encerramento, com o secretário de Combate às Discriminações do Sindicato, Ronaldo Lustosa.
Do Sindicato dos Bancários do DF
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