Afonso Magalhães: A conjuntura do ano eleitoral desafia o PT-DF a assumir a ofensiva política

A operação lavajato surgiu como centro tático do sistema capitalista organizado mundialmente (imperialista) aparentemente para criminalizar a política em geral, mas logo assumidamente como estratégia de criminalizar o PT e a maior liderança operária do País: Lula, ou seja, com o claro intuito de desacreditar a direção política e os instrumentos de organização popular no país.
Apesar de o golpe judicial-parlamentar-midiático ter colocado uma quadrilha criminosa no Palácio do Planalto, o poder judiciário e o ministério público só veem a estrela vermelha em sua frente, em meio a um surto sem-fim de alucinações como justiceiros que pisoteiam garantias individuais inerentes ao estado de direito consagrado na Constituição.
A eleição de 7 de outubro é a prova de fogo para o golpe de estado em curso. Sendo assim, a exclusão de Lula do processo eleitoral e a demonização do PT são os requisitos básicos que o sistema impõe para barrar a manifestação livre e soberana do povo nas urnas.
A CMP-DF, criada há 25 anos por iniciativa de dirigentes e militantes do PT que dirigiam a antiga ANAMPOS (Articulação Nacional de Movimentos Populares e Sindicais) e que hoje também está ombreada com o Partido dos Trabalhadores na Frente Brasil Popular, assim se manifestou em nota apresentada ao Diretório Regional, como leitura do processo eleitoral no DF:

“O atual ocupante do Palácio do Buriti apoiou despudoradamente o golpe de estado de maio/agosto de 2016. Antes, em 2014, esse mesmo ocupante foi eleito surfando na onda de demonização do PT, quando o DF foi utilizado como incubadora do posterior golpe de estado contra Dilma Roussef.
A marca do atual governo do DF é o total desrespeito às organizações da classe trabalhadora. Um governador que rasga acordos já formalizados com os sindicatos, atrasa salários, caloteia o pagamento de direitos do funcionalismo público e não dialoga com as representações operárias, como ocorreu agora em meio à execução local da Política Nacional de Resíduos Sólidos, que preconiza o fechamento dos lixões. Neste caso, ele também não conseguiu escamotear seu autoritarismo e desprezo na relação com a representação dos catadores, levando à exclusão de famílias inteiras que se sustentam da catação e também deixando os demais à mingua, na dependência de um auxílio miserável, visto que estão impedidos de trabalhar face à falta de mínima estrutura nos novos galpões (centros de triagem).
Em seu total descompromisso com o povo de Brasília, o atual governo do DF desmontou ou sepultou políticas públicas e empreendimentos que estavam em curso na Capital Federal, como o Morar Bem, o Cartão do Material Escolar, a Fábrica Social, a complementação do Bolsa Família, a regularização fundiária (que hoje se limita a distribuição de falsas escrituras, sem valor formal), o funcionamento regular e democrático dos conselhos setoriais de controle social das políticas públicas, a reorganização do transporte público (hoje marcado pela superlotação e o patamar proibitivo do preço das passagens de ônibus e metrô), a geração de milhares de empregos com as obras de infraestrutura na cidade, o fortalecimento do SUS (hoje com a sua rede desfigurada com a criação de instituição de natureza jurídica privada para dirigir o Hospital de Base), a gestão democrática de situações emergenciais (hoje a crise hídrica penaliza as cidades de Brasília), a valorização de espaços de lazer (zoológico, Parque da Cidade, Torre de TV , complexo esportivo do Mané Garrincha etc.) na contramão a atual obsessão privatizadora, a valorização da cultura e da ocupação dos espaços públicos, ao contrário da criminalização das atividades culturais e do boicote permanente ao carnaval de Brasília.
É necessário impor uma derrota a esse governo construindo uma alternativa para que o PT volte a governar a Capital Federal!! No entanto, vemos com preocupação que no atual tabuleiro político-eleitoral as forças politicas rorizistas e neo-rorizistas estão se articulando sem nenhuma concorrência visível.
A despeito da decisão da direção partidária de abrir o processo formal de registro de pre-candidaturas majoritárias, a definição quanto à cabeça da chapa majoritária não avançou na velocidade exigida pela conjuntura. Simultaneamente, a via da construção de aliança com outros partidos vai se esfumando, entrando cada vez mais para o campo das “possibilidades teóricas”, o que de forma nenhuma justifica a paralisia partidária em relação ao tema. Muito ao contrário: é necessário que o Partido dos Trabalhadores finque pé na necessidade de ter candidatura própria ao Governo do DF.
Temos, portanto, o desafio de inserir imediatamente o PT-DF na discussão já aberta publicamente sobre as eleições de outubro, escolhendo @ noss@ candidat@ ao Palácio do Buriti.
Diante dessa realidade, a CMP-DF vem apresentar o nome do companheiro Afonso Magalhaes, Coordenador do Conselho Político da Central, como pré-candidato do PT ao Governo do DF.
O Companheiro Afonso Magalhaes reúne as condições para encabeçar a chapa majoritária a campanha eleitoral a ser conduzida junto com a direção partidária e o conjunto das forças políticas e da militância do PT.
O companheiro tem uma militância reconhecida nos 38 anos de história do Partido dos Trabalhadores e uma relação política capaz de amalgamar não só a unidade interna do PT como também construir o apoio dos diferentes segmentos dos movimentos sociais que compõem a Frente Brasil Popular em Brasilia.
Com visão clara da conjuntura da luta de classes no país e no mundo, Afonso Magalhaes é o melhor nome para que o palanque da disputa eleitoral seja uma caixa de ressonância da defesa do PT e do companheiro Lula, contribuindo igualmente para a derrota do golpe de estado e para a mobilização do povo brasileiro na recondução de Lula ao Palácio do Planalto.”

Meu nome, portanto, está colocado ao PT-DF como opção para encabeçar a chapa majoritária na disputa eleitoral de outubro, derrotando o atual desgoverno que ocupa o Palácio do Buriti, marcado agora, mais que durante todo o seu desastroso mandato, pelos desabamentos dos últimos dias. O governo de Rollemberg desaba junto.
Agradeço a confiança política da CMP-DF, das forças políticas, dirigentes e militantes que estão se manifestando em apoio à minha pré – candidatura a Governador.

Brasília, 7 de fevereiro de 2018
AFONSO MAGALHÃES

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