Continuar nas ruas e em unidade para barrar as medidas do golpismo. Assim deliberou o funcionalismo em ato unificado, na manhã desta terça (28), em frente ao Anexo II da Câmara dos Deputados. O espaço foi compartilhado com militantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), que também saíram às ruas para deixar claro a resistência aos ataques do presidente ilegítimo Michel Temer cresce e se fortalece.
A mobilização do funcionalismo, que reuniu servidores de várias localidades do país, denunciou o sucateamento dos serviços prestados à população e os recorrentes ataques do governo ilegítimo de Michel Temer à categoria. O Sindicato dos Servidores Públicos Federais no DF (Sindsep-DF) se somou aos manifestantes e fortaleceu o movimento.
A mais recente ofensiva de Temer aos servidores públicos trata-se da absurda campanha que promove a reforma da Previdência e inviabiliza a aposentadoria dos trabalhadores – atingindo também os do setor privado. Além disso, tramitam no Congresso Nacional outros projetos que estabelecem o congelamento salarial, o aumento da alíquota previdenciária, terceirização sem limites o fim da estabilidade e dos concursos públicos.
Para o diretor do Sindsep-DF, Reginaldo Farias, a atual desvalorização do servidor público remete aos anos de governo tucano, em que a categoria teve direitos retirados e ficou cerca de dez anos sem reajuste nos salários. “O que a gente vive neste momento é a volta das políticas do PSBD sendo implementadas pelo governo corrupto de Michel Temer. Mas é aqui nas ruas que começa a indignação frente todos os desmandos desse governo golpista. Nós não vamos deixar que esse Congresso venha retirar as nossas conquistas históricas, e enquanto não derrotamos o golpe e suas reformas, não sairemos das ruas”, disse.
Unidade para barrar o golpe
Inicialmente, a ideia dos militantes do MTST era marchar rumo ao Congresso Nacional pela Esplanada dos Ministérios. No entanto, a locomoção não foi possível devido a uma barreira de policiais montada próximo à Catedral.
Foi preciso que parlamentares e lideranças dos movimentos sindicais, populares e sociais interviessem, negociando a passagem, que só foi liberada com uma condição: os trabalhadores deveriam marchar pela via N2 (paralela à Esplanada) para não bloquear o trânsito.
A vice-presidente da CUT Brasília, Meg Guimarães, avalia a ação policial como absurda. “Hoje, a atitude do governo Rollemberg por meio de sua polícia, que impediu os trabalhadores de terem acesso à Esplanada, é a demonstração clara de que estamos vivendo um Estado de exceção. Nós, da CUT, queremos denunciar mais uma ação truculenta de Rollemberg, que coloca sua polícia a serviço do golpe”, considerou.
De acordo com o integrante da coordenação nacional do MTST em Brasília, Eduardo Borges, o processo de conscientização do povo ganha corpo a cada dia. “O povo saiu da favela e veio aqui para tentar barrar toda a agenda de retrocesso desse governo, que não tem legitimidade para fazer esse tipo de votação. Além de estarmos nas ruas, estamos fazendo uma grande ação nas comunidades para evidenciar as medidas do golpe e, assim, mobilizar mais pessoas”, afirmou.
Mobilização dentro e fora do Congresso
Enquanto do lado de fora os trabalhadores vão às ruas contra o golpismo e suas medidas, a deputada federal Benedita Silva (PT-RJ) destacou que, dentro do Congresso, parlamentares da oposição têm se mobilizado para impedir que os projetos neoliberais avancem, mesmo apesar das dificuldades nos diálogos. “Eles (base aliada de Temer) podem ser maioria para aprovar outros projetos, mas eles não têm maioria para votar a reforma da Previdência. Ano que vem é um eleitoral e ninguém quer cometer o suicídio de votar um projeto desses e depois ser denunciado à população”, apontou.
O dirigente da CUT Ismael Cesar, ressaltou que não há a necessidade da reforma e relembrou o parecer CPI da Previdência no Senado, que comprovou que não existe déficit no sistema, como alega a base golpista. “Portanto, são mobilizações como essas, que nós da CUT estamos convocando, como por exemplo, a ação do dia 5 de dezembro, Dia Nacional de greve, que podem barrar o retrocesso”, disse.
Fonte: CUT Brasília
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