O combate às diversas formas de violência contra a mulher é árduo e cotidiano. As violências contra a mulher se manifestam de diversas formas, principalmente: física, sexual (que não se reduz apenas ao estupro), psicológica, patrimonial, simbólica. Essa realidade exige organização e luta para ser enfrentada. Logo, são inúmeras ações no mundo todo de conscientização, acolhimento e resistência, uma delas é a campanha dos 16 dias de ativismo pelo fim da violência contra a mulher, da ONU Mulheres, que tem início em 25 de novembro, Dia Internacional da Não-violência Contra a Mulher, e termina em 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos.
No Brasil, entretanto, o calendário da campanha conta com 21 dias, pois começa em 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, data representativa das lutas de mulheres e homens negr@s em nosso país. Ao começar em um dia tão simbólico, a campanha destaca o machismo e o racismo sofrido pelas mulheres negras. Seus corpos e mentes são violentados pelo Estado, pela sociedade racista e machista das mais variadas formas, todas brutais. Mulheres negras são agredidas, subjugadas, objetificadas, encarceradas, estão majoritariamente nos postos precarizados de emprego, seus filhos são assassinados pela violência urbana, sobretudo, pela polícia.
Se o patriarcado racista não dá trégua à vitimização de mulheres negras, tampouco elas se curvam, ao contrário, há mais força e resistência negra no combate à supremacia masculina, branca do que se pode mensurar.
Além desta realidade, as mulheres lésbicas, bissexuais e transexuais também se levantam contra a LBTfobia, contra a padronização e a invisibilização. Importante dizer que o Brasil é o país que mais mata mulheres trans e travestis do mundo.
Sabemos que o PT é o partido mais plural e diverso do Brasil, o que nos torna ainda mais responsáveis nas lutas contra as opressões. Combater o machismo, o racismo, a LGBTfobia, o capacitismo deve estar na centralidade da nossa atuação, pois o crescimento do fundamentalismo religioso e da intolerância contaminam cada vez mais a nossa sociedade e precisam ser enfrentados coletivamente. Um exemplo de ação fundamentalista que ataca os direitos sexuais e reprodutivos das mulheres brasileiras são as alterações na PEC 181/2015, que originalmente amplia a licença- maternidade em casos de nascimentos de bebês prematuros, e foi alterada para promover uma maior criminalização das mulheres que recorrerem ao aborto.
Desta forma, a Secretaria de Mulheres do PT-DF, em diálogo com setoriais e diretórios zonais, construiu um calendário de luta pelo fim da violência contra a mulher, dentro do contexto dos 21 dias de ativismo. Nossa intenção é debater com o conjunto de mulheres do DF, de forma horizontal, as várias formas de violência contra a mulher, pois é na troca de vivências e realidades individuais que nós, mulheres, fortalecemos umas as outras.
Portanto, convidamos todas/os a participarem das atividades construídas a muitas mãos e com muito empenho por mulheres que lutam todos os dias por uma sociedade sem machismo e com justiça social. Acompanhem a programação.
É pela vida das mulheres!
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