*Por Chico Vigilante
Apesar da onda direitista que volta a soprar na América do Sul, ainda temos o que comemorar.
No Brasil, as tentativas das elites para eliminar Lula das próximas eleições parecem ser em vão porque na memória do povo sua imagem está associada a conquistas sociais e a luta pelo fim da desigualdade.
Devemos comemorar um movimento internacional de países que se unem numa facada de morte ao imperialismo ianque: desindexar do dólar suas transações comerciais na área energética, dentre outras.
China e Venezuela anunciaram mês passado a intenção de realizar negociações de petróleo baseadas não mais no dólar mas sim no yuan, moeda chinesa.
A Venezuela, detentora das maiores reservas de petróleo do mundo, e sob constante ameaça dos EUA, faz acordo também com a Rússia, para negociar petróleo em rublos russos e não em dólar.
Membros dos Brics – grupo à qual o Brasil passou a pertencer durante os governos petistas – China e Rússia desejam obviamente diminuir a dependência do sistema monetário e financeiro internacional dominado pelo dólar.
Neste esforço antidólar pretendem, segundo agências internacionais, convencer também as monarquias do Golfo Pérsico a renunciar ao sistema de petrodólares.
Parte do movimento, o Iran acabou de assinar com a Turquía, a Ucrânia e o Turcomenistão acordos para utilizar suas próprias moedas nacionais em intercâmbios econômicos.
Obviamente existem razões individuais de cada país no movimento antidólar, mas comungam de uma em comum: reduzir os riscos de uma dependência total num sistema baseado no dólar.
A Rússia – que historicamente viveu relações tensas com os EUA- e a China, por exemplo, querem fazer desaparecer a influência do dólar não só no seio de suas economias mas na economia mundial.
A tática russa neste momento é fechar um tratado monetário bilateral com a China substituindo o dólar pela moeda russa com um sistema de transferência bancário alternativo ao atual.
No movimento antidólar tanto Rússia como o Irã tendem a neutralizar a avalanche de restrições e sanções comerciais impostas a eles por parte dos EUA.
São muitas as crenças e maneiras de dizer que tudo que se faz traz consequências, as vezes rápidas, as vezes somente perceptíveis ao longo da história.
“O mundo dá muitas voltas”. “Nada como um dia após o outro”. “Aqui se faz, aqui se paga”, são algumas repetidas pelo povo.
O certo é que atos individuais, coletivos ou de um Estado ou Nação desenham o futuro da humanidade e devemos nos responsabilizar e nos posicionar sobre eles.
A história nos mostra que os latino americanos foram sempre ameaçados e explorados pelos norte americanos.
As vezes com resistência interna, luta e sangue de nossa parte.
Outras vezes com governantes forjados, traidores, entreguistas, aliados do inimigo, vira latas a bater palmas para os imperialistas, como no caso de Temer e sua quadrilha.
*Chico Vigilante é deputado distrital pelo PT-DF
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