A deputada federal Erika Kokay (PT-DF) apresentará denúncia ao Ministério Público Eleitoral (MPE) sobre demissões de trabalhadoras e trabalhadores terceirizados da Câmara Federal para atender indicações políticas. Há denúncias de que mais de uma centena de demissões estariam ocorrendo para dar lugar a apadrinhados de parlamentares do DF, inclusive, de trabalhadores com 30 anos de Casa e próximos da idade de se aposentar.
A situação dos terceirizados da Câmara foi tema de audiência pública da CTASP, realizada, nesta quinta-feira (28/9). O debate, de iniciativa da deputada Erika, contou com a participação do deputado distrital Chico Vigilante (PT-DF), da deputada federal Luiza Erundina (PSOL-SP) e do presidente da CUT-DF, Rodrigo Brito.
“É imprescindível que se investigue se essas demissões estão sendo feitas por pressões políticas, o que configuraria em campanha eleitoral e compra de votos antecipada”, afirmou Kokay, que pretende propor ao presidente da Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público (CTASP), Orlando Silva (PCdoB-SP), audiência com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para discutir as demissões e a pauta de reivindicações dos terceirizados.
A parlamentar também apresentará denúncia à Organização Internacional do Trabalho (OIT) sobre condições degradantes a que estão sendo submetidos esses trabalhadores e trabalhadoras. A categoria tem sofrido com constantes ameaças de demissões, perseguições e assédios durante o trabalho. Uma denúncia já foi enviada ao Ministério Público do Trabalho (MPT) para averiguar a situação dos trabalhadores e dar um suporte legal.
Segundo Valdívia Martins Ramos, presidente da Associação dos Trabalhadores Terceirizados do Congresso Nacional (ASTECOM), gestantes têm que pagar horário quando precisam se ausentar para fazer o pré-natal. Em caso de greve do transporte coletivo, trabalhadores são obrigados a compensar horário aos sábados ou a tomar transporte pirata para chegar ao trabalho.
“São situações absurdas, condições de trabalho precárias, uniformes velhos e até sapatos que não são trocados, causando dor e incômodo no trabalhador, tudo isso aliado com as pressões diárias. Por isso, precisamos que a categoria esteja unida para lutar contra esses desmandos”, completou.
Para o presidente da CUT Brasília, Rodrigo Britto, que compôs a mesa da audiência pública desta quinta (28), esses parlamentares estão destruindo famílias e acabando com a perspectiva de futuro dos trabalhadores. “São atitudes covardes de pessoas covardes que atacam, mas não mostram a cara. Aterrorizar o trabalhador no seu local de trabalho é muito grave. Por isso, vamos com tudo para revogar essa temerosa reforma trabalhista, exigindo respeito e permanência dos nossos direitos”, declarou.
Para a presidenta do Sindiserviços, que representa os trabalhadores terceirizados no DF, Maria Isabel Caetano dos Reis, é muito triste ver a forma como o trabalhador terceirizado está sendo tratado. “Isso é escravidão e não devemos aceitar isso. Não foi de graça que conquistamos nossos direitos e, por isso, se depender de nós terceirizados, vai ter muita luta para que eles permaneçam”, concluiu.
Também participaram da audiência Edson Simões, Secretário-Geral do Sindicato dos Trabalhadores de Empresas e Órgãos Públicos e Privados de Processamento de Dados, Serviços de Informática do DF (SINDPD-DF) e o vice-presidente do Sindicato dos Vigilantes – SINDESV/DF, Francisco Regivaldo Nascimento.
Fonte: Site de Erika Kokay, com informações da CUT Brasília
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