A inflexibilidade dos patrões das empresas de ônibus do Distrito Federal (Piracicabana, Urbi, Viação Pioneira, Auto Viação Marechal) nas negociações da Campanha Salarial de 2017 levou os rodoviários a utilizarem último recurso de luta da categoria: a greve. Durante meses de negociações, os empresários se mostraram irredutíveis e rejeitaram, inclusive, uma proposta do Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região (TRT-10).
O movimento paredista ainda será aprovado em assembleia geral no domingo (24). Mas a greve é uma demanda da própria categoria, que se mostrou mobilizada no decorrer do desgastante processo de negociação. O encontro será realizado no estacionamento do Conic, a partir das 9h.
Outra importante ação, encaminhada pela direção do Sindicato dos Rodoviários do DF é uma paralisação na quinta (21). Neste dia, em resposta à rigidez dos patrões, os trabalhadores cruzarão os braços e os ônibus não sairão das garagens.
“Se até quinta-feira os patrões nos apresentarem uma proposta digna, não realizaremos a paralisação e nem será necessária a greve”, explica o presidente do Sindicato, Jorge Farias.
Entenda
Foram varias rodadas de negociação entre representantes dos rodoviários e das empresas de ônibus, mas sem nenhum avanço. Enquanto os trabalhadores reivindicam reajuste de 6% − em julho foi garantida a reposição de 4% −, os patrões alegam que, desde 2013, a categoria tem conquistado aumentos acima da inflação e, por isso, ofereceram o percentual de reajuste de apenas 0,23%, fechando a Campanha Salarial com reajuste de 4,23%.
Sem resoluções, o debate foi parar no Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região (TRT-10), onde a juíza responsável pela intermediação emitiu uma proposta de reajuste baseando-se em documentos técnicos das partes. O parecer sugeria aumento salarial 0,30% (fechando o reajuste salarial em 4,30%) mais abono mensal aos trabalhadores de R$ 60,00, vigente até o próximo Acordo Coletivo da categoria. A proposta foi rejeitada pelos patrões.
O Tribunal apresentou então, no último dia 15, uma nova proposta, mas que não contemplava a categoria. Desta vez, a oferta era de apenas reajuste real de 0,75% (fechando o reajuste salarial em 4,75%), sem abono.
Desde então, os patrões não apresentaram mais qualquer proposta ou interesse em negociar.
Fonte: CUT Brasília
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