Sobre a entrevista do governador Rodrigo Rollemberg (PSB) ao Jornal Correio Braziliense, veiculada no último domingo (10/9), a Executiva do Partido dos Trabalhadores do Distrito Federal manifesta:
– Rollemberg mais uma vez mente e chantageia o DF quando diz que a reforma da previdência é a única forma de pagar os salários dos servidores e servidoras em dia e de honrar os compromissos com fornecedores. Sabemos que a unificação dos fundos não é a única alternativa capaz de resolver as contas públicas e que tal medida coloca em risco a aposentadoria dos servidores. A proposta não vai repercutir negativamente no próximo ano – o ano em que ele buscará sua reeleição-, mas terá impactos nefastos para o futuro, uma vez que o fundo deficitário certamente contaminará o fundo saudável, fazendo com que o suposto déficit previdenciário – que se estabilizaria em 2035 – continue crescendo até 2050;
– Rolemberg é um dos governos mais autoritários que Brasília já teve. Não escuta os servidores. Ao contrário, os elegeu como os grandes inimigos do DF. Sabemos que apesar de todas as adversidades e das péssimas condições de trabalho, são os servidores e servidoras que estão mantendo de pé as políticas públicas. O governador só escuta quem diz o que ele quer ouvir, como fez recentemente com empresários que foram convidados a apoiar a fusão dos fundos, levados pelo Secretário da área.
– Rollemberg não respeita o processo democrático. Encobre-se de uma profunda arrogância e autoritarismo. O governador age de forma absolutista e fundamentalista ao colocar-se como o único dono da verdade. Tenta desqualificar a oposição, sustentando-se em uma lógica maniqueísta dizendo que toda oposição à sua gestão é uma oposição à Brasília. Seu autoritarismo é uma tentativa de desqualificar um debate sobre a paralisia e a incompetência de seu governo, uma forma de encobrir seus altíssimos índices de rejeição. Ademais, o DF é muito maior que o governo Rollemberg.
– Rollemberg acusa a oposição de estar preocupada somente com as próximas eleições, mas é evidente que quem está preocupado com as eleições é ele. Todas as soluções atabalhoadas que ele tem apresentado para a cidade, são soluções imediatistas e que representam danos para o futuro da cidade. Ele não está preocupado com o futuro da Capital federal, mas apenas com o tempo de seu governo. Um exemplo inequívoco é quando ele admite a possibilidade de abrir mão de estatais estratégicas como a CEB, a CAESB e o BRB para fazer caixa, colocando em risco os principais ativos de Brasília numa postura de angariar resultados efêmeros para o seu próprio governo.
– Impossibilitado de comparar Brasília com gestões exitosas desenvolvidas no Brasil e no mundo, Rollemberg faz um governo tão pífio que restou comparar seu governo com o do Rio de Janeiro, justamente o Estado que vive a mais grave crise política, social e econômica da Federação. Rollemberg devia respeitar Brasília e não compará-la com o caos vivido no Rio, fruto da incompetência e corrupção do PMDB.
– Se auto-proclamando paladino da ética e da moral, Rollemberg diz que está há dois anos e oito meses sem nenhuma denúncia de corrupção e que isso seria exemplo da “nova política”, quando omite doações de campanha de mais de R$ 850 mil do grupo JBS, que segundo o operador da empresa, Ricardo Saud, seriam oriundas de propina.
– Rollemberg também falta com a verdade quando diz que nenhum projeto do Fundo de Amparo à Cultura (FAC) está pendente de pagamento. O que Rollemberg não diz, por conveniência, é que sua gestão trabalha, desde 2015, com o contingenciamento dos recursos do Fundo para pagar outros tipos de despesa, o que fere a Lei Orgânica do Distrito Federal, a qual assegura o percentual de 0,3% da Receita Corrente Líquida (RCL) para a manutenção do Fundo.
– O PT-DF manifesta total apoio e solidariedade ao Deputado Distrital Wasny de Roure. Rollemberg diz que Wasny manipulou a Justiça de “má-fé”, mas quem está agindo com má-fé e manipulando a verdade é o governador, pois ele sabe que Wasny cumpriu o regimento interno da Câmara Legislativa, o qual só pode ser flexibilizado quando há consenso entre os deputados e deputadas, o que não se aplica à polêmica matéria em questão. Mesmo assim Rollemberg se acha maior que o regimento e no direito de vir à público acusar um parlamentar com história limpa, que faz um mandato comprometido com a ética e com Brasília. Trata-se apenas de mais um episódio entre tantos recorrentes em que Rollemberg se coloca como inimigo da verdade para manipular os fatos.
Executiva do PT-DF
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