Passeatas, greves e marchas aconteceram em pelo menos 20 estados contra ataques aos direitos dos trabalhadores nesta quinta-feira (22)
Esta quinta-feira (22) foi marcada por mobilizações em todo o país. Ao menos 20 estados brasileiros tiveram manifestações contra os ataques aos direitos trabalhistas perpetrados pelo governo golpista. O Dia Nacional de Paralisação e Mobilização Rumo à Greve Geral e por Nenhum Direito a Menos teve organização da Central Única dos Trabalhadores ( CUT), diversas outras centrais sindicais e organizações que compõem a Frente Brasil Popular e a Frente Povo Sem Medo, e foram uma preparação para uma greve geral em outubro.
O maior ato foi em São Paulo, com concentração no MASP, na Avenida Paulista, para a marcha que teve início às 17h. De acordo com a Frente Brasil Popular, cerca de 50 mil pessoas participaram do ato, que saiu em caminhada até a Praça da República, no centro de São Paulo.
Estiveram presentes diversas organizações de trabalhadores, como CUT, Sindicato dos Especialistas de Educação do Ensino Público Municipal (SINESP), Sindicato dos Bancários, Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Central de Movimentos Populares (CMP), Sindicato do Enfermeiros do Estado de São Paulo (SEESP), entre outros.
Pela manhã ocorreu um ato em frente à sede da FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), também na Avenida Paulista.
Na região metropolitana de São Paulo também ocorreram atos em defesa do trabalhador. Os metalúrgicos do ABC promoveram uma grande concentração na Avenida Robert Kennedy, em São Bernardo do Campo e paralisaram as atividades na fábrica da Toyota. Trabalhadores ligados ao Sindicato dos Profissionais da Confecção também fizeram um dia de paralisação e os químicos cruzaram os braços em duas grandes empresas de Santo André.
“Desde a manhã de hoje, no Brasil inteiro, a classe trabalhadora parou a produção num espetáculo de mobilização contra a reforma trabalhista e a reforma da Previdência”, destacou o secretário-geral da CUT, Sérgio Nobre. Para ele, as reformas propostas pelo governo Temer para o mundo do trabalho fazem o Brasil retroceder para os tempos anteriores a Getúlio Vargas (1930-45/1951-54), criando um tipo de empresa sem trabalhadores, apenas com terceirizados.
“Querem privatizar o pré-sal, que é o nosso passaporte para melhorar a educação e a saúde. Não há um único trabalhador hoje que não tenha motivo para sair às ruas”, ressalto Nobre. Ele também manifestou solidariedade ao ex-ministro Guido Mantega que, na sua opinião, foi vítima da ação arbitrária de um juiz arbitrário autoritário, ao ser preso pela Polícia Federal no âmbito das investigações da Operação Lava Jato.
Também ocorreram paralisações em Osasco. Ainda em São Paulo, Sorocaba teve uma das maiores manifestações pelo país, com quase 10 mil pessoas.
No Rio de Janeiro (RJ) a manifestação começou às 19h e teve concentração na Candelária, com marcha até a Assembléia Legislativa do Estado. Organizações como CUT, CTB e sindicato dos Bancários marcaram presença.
Em Vitória, no Espírito Santo, os metalúrgicos trancaram uma Rodovia Federal desde as quatro da manhã para denunciar ogolpe. Mais tarde, trabalhadores concentraram-se em frente à Assembléia Legislativa do Espírito Santo (ALES), em uma paralisação nacional contra a reforma trabalhista e previdenciária proposta pelo governo golpista de Michel Temer.
Em Belo Horizonte, Minas Gerais, professores estaduais, metroviários e bancários realizaram uma assembleia na Praça da Estação e depois seguiram em passeata pela cidade.
Após o ato da Paralisação Geral Nenhum Direito a Menos, aconteceu a Audiência Pública da Comissão de Direitos Humanos, na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, para discutir o congelamento de investimentos na educação por 20 anos proposto pela PEC 241, com a presença do ex-Ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, do governo Dilma.
Atos no Nordeste
Em Natal (RN), o dia de manifestações começou com “trancaço” na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, piquete que reuniu professores, alunos e funcionários da UFRN em protesto contra os cortes de verbas para a educação. Os motoristas de ônibus realizaram paralisação parcial na parte da manhã e da tarde, e, a partir das 17h, integraram o ato convocado pela Frente Brasil Popular. Cerca de 5 mil pessoas, entre integrantes de partidos e movimentos sociais diversos, com destaque para os movimentos de mulheres e de juventude, reuniram-se e frente ao shopping Via Direta e partiram em caminhada pela BR-101 até o shopping Midway, trajeto de aproximadamente 9km.
À noite, o ex-presidente Lula participou de uma caminhada e comício em apoio ao candidato à prefeitura, Fernando Mineiro(PT).
Em Salvador (BA), uma caminhada com a participação da presidenta eleita Dilma Rousseff reuniu manifestantes em ato a favor dos direitos trabalhistas e contra o presidente golpista Michel Temer. Segundo cálculo dos organizadores, 120 mil pessoas participam da mobilização que saiu do Campo Grande, por volta das 17h, e se encerrou na Praça Castro Alves, por volta das 19h. O ato também teve a participação do ex-ministro Jaques Wagner, além do governador da Bahia, Rui Costa(PT), e da candidata à Prefeitura de Salvador, Alice Portugal (PCdoB).
Em Alagoas, grupos contrários ao governo de Temer realizaram ato pela manhã em Maceió. Segundo representantes do movimento, participaram 3 mil pessoas, que fecharam as ruas do centro.
A Paraíba foi um dos estados em que a mobilização começou desde as primeiras horas da manhã. Motoristas e cobradores promoveram piquetes e cruzaram os braços, impedindo a circulação de ônibus e trens em João Pessoa. Comerciários também aderiram à paralisação.
Na capital de Sergipe, Aracaju, cerca de 2 mil pessoas ligadas a sindicatos de várias categorias, setores sociais, trabalhadores públicos e privados se reuniram na praça Fausto Cardoso, no Centro da cidade, para a mobilização nacional a favor dos direitos dos trabalhadores e contra o governo Temer.
No Piauí, a paralisação ocorreu na Praça da Bandeira, na capital Teresina.
Em Fortaleza, capital do Ceará, desde oito horas manifestantes de diversos sindicatos realizavam ato em uma das principais avenidas do centro, a Duque de Caxias, e deram apoio à greve dos bancários. Jornalistas do Sindicato dos Jornalistas do Ceará participaram denunciando o arrocho salarial que os jornais do estado querem impor aos profissionais de imprensa.
No Recife, capital de Pernambuco, centrais sindicais e movimentos de trabalhadores realizaram manifestação em frente à sede da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (FIEPE). O representante local da CUT estimou em 3 mil o número de participantes. Pela manhã, um protesto interditou um trecho da Avenida Sul.
A fábrica da Gerdau amanheceu fechada por cerca de 200 trabalhadores metalúrgicos que bloquearam a entrada do local a partir das 5h30. A ação foi coordenada pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Pernambuco (Sindimetal) com apoio do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra ( MST).
Mais tarde, a cidade recebeu o ex-presidente Lula, em ato de apoio à candidatura de João Paulo (PT).
Sul do país vai às ruas
No interior do Paraná, houve paralisação das empresas do sistema Petrobrás, em Araucária. Petroleiros, petroquímicos e trabalhadores da montagem e manutenção industrial se mobilizaram desde as 7h na frente da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar). Contra a retirada de direitos e em defesa da democracia, os manifestantes anunciaram que este é apenas um aquecimento para uma greve geral que se avizinha. A mobilização exige realização de eleições diretas já, plebiscito para uma nova Constituinte, além do coro contra o desmonte da Previdência e a retirada de direitos trabalhistas.
Na capital, Curitiba, trabalhadores dos Correios organizaram um ato em defesa da empresa pela manhã. À tarde, na Praça Santos Andrade, trabalhadoras e trabalhadores se reuniram no dia da paralisação nacional, contra os retrocessos do governo do golpista Michel Temer. O povo afirma em cartazes durante percurso da marcha: “Plebiscito é o povo que tem que dar”.
Em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, uma marcha lotou o centro da cidade. Também aconteceu uma intervenção artística com mulheres, representando sacerdotisas que carregam as cinzas da democracia e representam a inexistência da participação das mulheres no governo ilegítimo de Temer.
Em Florianópolis, capital de Santa Catarina, os trabalhadores do setor de transporte paralisaram por duas horas as atividades.
Trabalhadores e juventude lotaram o auditório do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Joinville e Região (Sinsej) na atividade com o advogado previdenciário Luiz Gustavo Rupp sobre a Reforma da Previdência. Pela manhã, eles ocuparam a Praça da Bandeira e foram às ruas para protestar contra os cortes de direitos anunciados pelo governo federal.
Centro e Norte do país
Na capital do Amapá, Macapá, centrais sindicais e movimentos sociais realizaram um ato público na região central.
Em Goiás, a concentração foi na Alego (Assembleia Legislativa de Goiás). Os servidores estaduais da saúde pública estão no terceiro dia de Greve. Cerca de 2000 trabalhadores denunciaram o desmonte da rede de seguridade social promovido pelo governo golpista e parte do Congresso.
Em Palmas, capital do Tocantins, cerca de 400 trabalhadores do campo e da cidade marcharam pela Avenida Juscelino Kubitschek em direção à Praça dos Girassóis em defesa dos seus direitos.
Em Brasília, a manifestação começou cedo com panfletagem dos comerciários e bancários. O sindicato dos professores promoveu ato contra os retrocessos na educação em frente ao Palácio do Buriti, sede do governo local.Também houve paralisação dos trabalhadores da limpeza urbana.
Da Redação da Agência PT de notícias, com informações da Mídia Ninja, Jornalistas Livres e Rede Brasil Atual
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