A Esplanada dos Ministérios recebeu uma marcha na noite desta segunda-feira (12) para pressionar os parlamentares a votarem a favor da cassação do mandato de deputado federal de Eduardo Cunha, réu em diversos processos e um dos artífices do golpe de estado que resultou no afastamento da presidenta Dilma Rousseff. Cerca de 500 pessoas caminharam pela avenida em direção ao Congresso Nacional, onde ocorria a votação do relatório favorável a cassação de Cunha.
Presente ao ato, o presidente do PT/DF, Roberto Policarpo, ressaltou o incômodo da população brasileira com a permanência de Eduardo Cunha nos quadros da Câmara dos Deputados. “Foram várias manobras para tentar fugir do inevitável, mas hoje tem fim a carreira duvidosa de Eduardo Cunha”, afirmou Policarpo. “E nós sempre estivemos nas ruas pedindo a sua saída, pois entendemos que além de corrupto e chantagista, Cunha também representa o que de mais atrasado existe em nossa sociedade”, completou.
Eu quero é comemorar…Comemoro a derrota de um deles. Como vou vou comemorar a queda de um a um que cair do lado de lá. É um a menos e não é um qualquer é um grande ladrão de dinheiro público, de direitos dos trabalhadores e um dos que a organizou a pauta mais conservadora da câmara nos últimos tempos. Fora cunha!! Prisão pra cunha!! E que venha a queda do Temer o mais rápido possível… Fora temer e nenhum direito a menos! (Roberto Policarpo, presidente do PT/DF)
A expectativa com o resultado da votação era a melhor. Pedro Saint Claire, servidor público, era um dos mais ansiosos para saber como terminaria a ‘novela Cunha’. “Ninguém aguenta mais Eduardo Cunha e as suas mentiras. Tá mais do que provado a existência de dinheiro roubado no exterior e ele ainda fica de conversa mole”, reclamou Pedro. “Hoje, os demais deputados têm a obrigação de cassarem o golpista”, concluiu o servidor, lembrando que “Cunha é Temer e Temer é Cunha”.
O resultado da votação saiu próximo à meia noite e o placar foi bastante elástico: por 450 votos a favor, 10 contra e 9 abstenções, o Plenário da Câmara dos Deputados decidiu pela cassação do mandato, pondo fim ao processo que se arrastava há quase um ano pelos corredores da casa. Algumas pessoas aguardavam o resultado do lado de fora do Congresso Nacional e assim que o resultado foi conhecido, aproveitaram para comemorar com música e fogos de artifício. Chegava ao fim o constrangimento em ter no parlamento alguém com a ficha corrida como a de Eduardo Cunha.
Agora, prosseguem na justiça as investigações dos esquemas de desvio de dinheiro público montado por Cunha e aliados. No entanto, fica a expectativa em relação às eventuais delações do deputado cassado, que já anunciou que não cairia sozinho. “Levarei comigo 150 deputados, dois senadores e um ministro muito próximo ao Presidente da República” foi apenas uma das declarações de Cunha ao longo do processo de cassação de seu mandato. E, como lembrado por aqueles que marcharam pela sua saída na noite desta segunda, Cunha é Temer e Temer é Cunha.
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