O jornalista Jorge Bastos Moreno, um dos principais analistas políticos do Globo, há 30 anos na lida do jornalismo, navega muito bem entre as fofocas do Congresso Nacional e os poderosos da Corte mas está longe de ser capaz de fazer uma análise política séria quando se trata de prever a participação popular nos destinos da Nação.
Ele estava no curso de Comunicação da UnB na década de 1970 quando o movimento estudantil se reinflamou com força, em Brasília e em todo o país, até ser sufocado pelo Exército na invasão do campus, em 1977. Apesar disso Moreno não aprendeu muito sobre resistência. Que pena!
É isso que a juventude brasileira está fazendo. Se preparando para resistir à tentativa da direita de descontruir a imagem de Lula, de derrubar Dilma via impeachment ou cassação da chapa Dilma/Temer; de acabar com o PT via condenação indiscriminada de seus líderes.
A militância do PT é aguerrida, cresce nos momentos de crise, a exemplo do aumento no número de militantes ocorrido na época do Mensalão.
Em nota no Twitter Moreno demonstra sua indignação e surpresa com os dados de crescimento do Partido dos Trabalhadores, fato que qualifica de “fenômeno incompreensível”.
“Nem na época de ouro do PT ocorreu tal fenômeno. Desconheço explicações que justifiquem. Deveria estar acontecendo o contrário, ou seja, saída em massa”, palpitou.
Mas Moreno está equivocado. Ao contrário do que prega a direita oposicionista brasileira, a saída para a crise não se delineará por meio das instituições de controle, ou o fortalecimento de Super Moros.
Moro pode querer prender todo mundo, em tempo recorde desrespeitando a Constituição, mas isso não vai mudar os problemas estruturais que o país tem.
Onde está a saída? A saída se encontra na politização da população, na participação dos movimentos sociais, dos estudantes, dos sindicatos nos grandes debates sobre o futuro da Nação.
A proposta de reconstrução do projeto democrático do Brasil é papel dos políticos e a juventude brasileira entende isso. Esta é a razão pela qual se filia majoritariamente ao PT. Para participar e arejar as grandes decisões.
A nota de Moreno não tem nada de surpreendente. Com sua ótica de direita ele, mesmo confuso com os fatos, está cumprindo o papel que sempre cumpriu de alertar seus cupinchas sobre os movimentos do inimigo.
Realmente o número de filiados ao Partido dos Trabalhadores é ascendente. Saltou de 1.054.671 para 1.585.021 em todo o país, o equivalente a uma variação positiva de 50,3% entre 2005 e 2015, segundo dados do TSE.
Para o desespero de Aécio Neves, em Minas Gerais, nos últimos 12 anos, o partido cresceu 40,7%, entre 2005, e 2016.
Alguns dirão: não é apenas o Partido dos Trabalhadores que cresce, esse é um fenômeno nacional. Sim, os outros cresceram mas nada comparável aos níveis do PT.
Ao contrário do que prega a grande mídia familiar brasileira, os momentos de crises são bons, são enriquecedores. Nos leva a um patamar mais elevado de compreensão da história política e social do Brasil.
Nos últimos dois anos o país passa por um período salutar de escancaramento de verdades, antes não colocadas na mesa por se acreditar que as pessoas não estavam preparadas para entender.
Pois estão sim, e cada vez mais, entendendo a estratégia orquestrada entre setores da Justiça, do Congresso Nacional e da mídia familiar para minar a possibilidade de continuidade do projeto petista de crescimento com eliminação das desigualdades sociais no Brasil.
O crescimento do PT e a defesa do partido feita por seus militantes nas ruas e nas mídias sociais, mesmo diante do poderoso massacre da mídia, é uma prova incontestável disso.
Deputado Chico Vigilante