A direita não desiste e cada uma de suas tentativas carece mais de fundamentação jurídica que a anterior. Todas demonstram o desespero da oposição brasileira para acabar com o projeto político em andamento nos últimos 13 anos de transformar o Brasil num país desenvolvido, focando porém num crescimento com distribuição de renda e o fim das desigualdades sociais.
Em se tratando dos tucanos e seus comparsas nada mais me surpreende. O líder do PSDB na Câmara, deputado Carlos Sampaio – o mesmo que ganhou notoriedade nacional quando entrou com representação pedindo a cassação da presidenta Dilma Rousseff, por ela ter usado vestido vermelho em um pronunciamento em rede nacional de televisão – teve esta semana um ato de criatividade exacerbada.
Novamente à frente de uma iniciativa ridícula, Sampaio senta no rabo e aponta o dedo contra o PT, protocolando representação junto à Procuradoria-Geral Eleitoral onde solicita investigação de recebimento de recursos de origem estrangeira em benefício do PT. O documento pede que seja “promovida uma ação judicial de extinção do Partido dos Trabalhadores”.
Se Sampaio estivesse mesmo tão interessado em extinguir partidos corruptos por que não pediu ainda a extinção do PSDB ? por que não se entrega para a polícia e confessa os reais doadores de sua campanha, que declarou ter sido ele mesmo ?
Se está preocupado em esclarecer as declarações de Nestor Cerveró e quer que Moro investigue sobre elas, por que não entrou também na PGR Eleitoral contra o PSDB para que sejam esclarecidas as revelações de Cerveró aos investigadores, dias atrás, de que houve um pagamento de US$ 100 milhões em propina para o governo FHC na venda da argentina Pérez Companc pela Petrobras?
Sobre isso, no entanto, Sampaio não diz uma palavra. Ele só se preocupa, como todos os seus comparsas, em tirar Dilma do poder, em denegrir a imagem de Lula e agora em extinguir o PT.
No entanto, o povo não vai embarcar nesta história maluca. O deputado não engana ninguém. Até hoje não está bem explicada sua prestação de contas eleitoral, onde doou R$ 40 mil para a própria campanha, mas comprovou-se mais tarde que o dinheiro não saiu de suas contas bancárias.
Dinheiro vivo pra doação ele não poderia ter porque sua biografia é clara : sempre foi ou funcionário público – promotor do estado de São Paulo desde a década de 80 – ou ocupou cargos políticos desde 1993, cujos rendimentos são pagos normalmente em conta corrente da rede bancária.
Existem também indícios de falsidade ideológica na declaração de bens relativa à Ciage, firma de propriedade do deputado e sua mulher.
A iniciativa de Sampaio é surpreendente mas nem tanto. Combina com seu currículo. Coordenador jurídico da campanha de Aécio em 2014, investiu de toda maneira para cassar a candidatura da presidenta Dilma Rousseff.
Após a derrota do PSDB nas eleições, não desistiu e se transformou num dos principais conspiradores do golpe do impeachment de Dilma na Câmara, inclusive em conluio com notórios deputados denunciados por corrupção, enquanto ajuda a manter engavetados dezenas de processos de cassação desses mesmos deputados, por quebra de decoro, no Conselho de Ética da Casa.
Seguindo a mesma linha, Sampaio fingiu romper publicamente com Eduardo Cunha enquanto se encontra e trama com ele as escondidas.
Se alguém ainda tinha dúvidas a respeito do caráter de Sampaio o voto e o comando da bancada tucana para votar a favor da chamada “PEC da Corrupção”, aquela que queria manter o financiamento empresarial de campanha, mesmo considerado inconstitucional pelo STF, foi bastante esclarecedor.
Ao longo dos anos por mais que tentasse posar de bom moço, paladino da ética, seu personagem nunca emplacou.
A imagem de Sampaio saiu arranhada na CPI do Cachoeira quando hipocritamente tentou blindar a corrupção no governo de Marconi Perillo e de tucanos envolvidos no escândalo.
No “trensalão”, escândalo das propinas no Metrô e trens paulistas sob gestão tucana, sua participação foi totalmente parcial em defesa dos corruptos de seu partido.
A verdade é uma só: a onda de inspiração de Sampaio tem tendência definida: é facista, de direita e contra todo e qualquer projeto social em defesa do trabalhador brasileiro.
O negócio dele é defender seus próprios interesses e os da elite deste país. Essa é a estratégia da oposição brasileira, tirar o PT do poder a qualquer custo, mesmo que para isso entrem para a história como traidores da pátria e da Constituição.
Chico Vigilante é deputado distrital pelo PT-DF
