Mais de duas mil pessoas participam do lançamento da Frente Brasil Popular, que vai unificar uma agenda em defesa da democracia e contra a retirada de direitos
Movimentos sociais e partidos de esquerda formalizaram, neste sábado (5), uma coalizão na defesa de direitos conquistados, da democracia e contra tentativas de golpe.
A Frente Brasil Popular é fruto de uma articulação que começou meses antes, como resposta ao avanço de pautas conservadoras e da direita brasileira.
A proposta do encontro deste sábado foi a criação de uma agenda comum, baseada no consenso, que vai gerar um programa de longo prazo para a esquerda brasileira.
A plenária para o lançamento da Frente reuniu nomes emblemáticos da política brasileira e dos movimentos sociais que aderiram à Frente.
Pelo Partido dos Trabalhadores, discursaram o senador Lindbergh Farias (RJ), o ex-ministro Tarso Genro, o secretário nacional de Movimentos Populares do partido, Bruno Elias, e o deputado estadual Rogério Correia (MG).
Lindbergh destacou que a direita faz uma “grande articulação golpista” para tentar derrubar o governo da presidenta Dilma Rousseff, democraticamente eleita.
“Quem vai impedir o golpe são os movimentos populares organizados”, declarou, ao lembrar que o espaço natural da militância de esquerda é nas ruas.
Ele defendeu mudanças na gestão econômica do País, como reforma tributária que conduza a impostos mais justos e reduzam os encargos às parcelas com menores rendimentos.
Tarso Genro e Bruno Elias ressaltaram que a criação da Frente é um momento histórico e também criticaram o avanço da direita conservadora.
Para o deputado Rogério Correia, o lançamento da Frente na capital mineira é emblemático, por tratar-se de um antigo reduto eleitoral do PSDB, governado por Aécio Neves durante oito anos, sucedido pelo também tucano Antonio Anastasia.
Nas últimas eleições, em 2014, Minas optou por Fernando Pimentel (PT-MG) e pela presidenta Dilma.
Pautas conjuntas – Durante a manhã, os integrantes de movimentos sociais se organizaram em grupos com seis temáticas e formularam documentos para serem debatidos e aprofundados.
Entre os temas mais defendidos pelos grupos estão a defesa do Sistema Único de Saúde (SUS), a democratização da comunicação, a manutenção de direitos trabalhistas, a tributação de grandes fortunas e aumento dos tributos para as instituições financeiras, mudanças na condução política econômica brasileira e maior integração com outros países latino-americanos.
Os grupos também se posicionaram pela manutenção e ampliação dos direitos trabalhistas, aprofundamento das ações para coibir preconceitos, combate ao genocídio dos jovens negros, à redução da maioridade penal e a outras pautas que representam perdas de direitos que estão sendo discutidas no Congresso Nacional.
Outro encontro ocorrerá em 26 de setembro, em São Paulo, com o objetivo de aprofundar o debate. No dia 3 de outubro, haverá mobilizações em capitais pelo País, em defesa da democracia, por mudanças na economia e em defesa da Petrobras.
Por Cristina Sena, enviada especial da Agência PT de Notícias