Dhaka, capital de Bangladesh, 23 de abril de 2013, edifício Rana Plaza. Um dia antes de cair por terra, uma imensa rachadura se abriu sobre seus andares. Muitas trabalhadoras e trabalhadores das confecções têxteis que ocupavam o prédio se recusaram a adentrar. Porém, a ameaça de perder o emprego obrigou-os a mais um dia de jornada. Então, no dia 24 de abril, Rana Plaza desabou, causando 1138 mortes. 80% dessas pessoas eram mulheres. Das mais de 2500 feridas, muitas perderam permanentemente a capacidade de trabalhar. Esse acontecimento em Bangladesh expressa a realidade de milhares de mulheres no mundo, somos exploradas como trabalhadoras, controladas como consumidoras, e mercantilizadas como mulheres.
No Brasil, para agravar mais ainda a situação de trabalho das mulheres, o PL 4330, que regulamenta e amplia as terceirizações, foi aprovado recentemente na Câmara dos Deputados. Sob o falso argumento de maior produtividade e competitividade da indústria nacional, o projeto possibilita que os empresários aumentem suas taxas de lucro mediante a total falta de responsabilidade perante direitos trabalhistas historicamente conquistados.
Relembrando o poder e a impunidade das empresas Transnacionais mediante o massacre de Bangladesh, denunciamos a exploração da nossa força de trabalho nos nossos empregos e nas nossas casas, repudiando o avanço das terceirizações, que precarizam as nossas relações de trabalho e nossas vidas, impondo uma jornada ainda mais dura para as mulheres nos lares.
Exigimos o veto ao PL 4330, salário igual entre mulheres e homens e divisão da responsabilidade do trabalho doméstico entre homens, mulheres e o Estado.