No entanto, assim como fez em março, o tucano não foi às ruas de Belo Horizonte (MG) acompanhar as poucas mais de três mil pessoas que compareceram ao ato. De acordo com colunista da revista “Veja”, Lauro Jardim, Aécio teria dito que compareceria às manifestações, apenas, caso as ruas estivessem cheias. Estimativas da Polícia Militar apontam cinco vezes menos manifestantes que o registrado no dia 15 de março.
A ausência de Aécio foi criticada pelo Movimento Brasil Livre (MBL), uma das instituições que estavam à frente dos atos. Durante o movimento, um dos representantes procurou e questionou, ao microfone, por representantes da oposição.
Para o deputado estadual Rogério Correa (PT), Aécio não é mais levado a sério, não mora em Minas Gerais e se dirige ao estado apenas para fazer política.
“Ele foi vaiado num evento em que só tinha classe média. Imagina quando ele aparecer na frente de operários?”, ressaltou Correa.
Na nota emitida no dia 12, Aécio afirma que o “PSDB se solidariza com o repúdio e a indignação dos brasileiros contra a corrupção sistêmica que envergonha o País”. No entanto, lembra Correa, o tucano esquece de lembrar que pode ser investigado pela Procuradoria Geral da República (PGR) por um suposto desvio de R$ 40 milhões da estatal Furnas Centrais Elétricas S.A.
“Aguardamos o (Rodrigo) Janot. Há provas para investigar e o Aécio deve ser tolhido de liberdade, uma vez que as denúncias são muito graves”, ressaltou Correa.
Além disso, o deputado petista relembra os os primeiros resultados de uma auditoria instalada desde o início do governo de Fernando Pimentel (PT-MG). A equipe do novo governo detectou, em fevereiro, um rombo de R$ 1,15 bilhão provocado pelo ex-governador Alberto Pinto Coelho, da coligação PSDB-PP.
Para no deputado Adelmo Leão (PT-MG), o esvaziamento do movimento se dá por uma contaminação de velhas e ultrapassadas ideias e concepções. Segundo ele, esse movimento está tomado pelo sentimento “elitista, racista, pela saudade da ditadura militar”.
De acordo com Leão, a relação de Aécio com os movimentos é utilitarista. Para ele, o senador tucano não promete ir às ruas apenas para cobrar ou para defender um projeto de nação e de sociedade mais justa e de transparência, mas sim por interesse político.
“Ele não foi transparente e nem eficiente em Minas. Basta ver os resultados das auditorias realizadas pelo atual governo do estado”, destacou Leão.
De acordo com o deputado, as auditorias estão demonstrando que Aécio não foi transparente quanto aos gastos da sua administração, muito maiores aos anunciados.
“Ou seja, ele não foi republicano e nem transparente. As atuais informações levantadas no estado não dão a esse pessoal nenhuma autoridade moral para dar lições de ética”, ressalta o deputado.
Por Guilherme Ferreira, da Agência PT de Notícias