A acusação, ecoada alegremente pela mídia e, em especial, por economistas de várias correntes da oposição, foi contestada pelo líder do governo no Senado, Humberto Costa, na tarde desta segunda-feira (4).
Segundo ele, o reajuste anunciado pelo Copom faz parte de uma estratégia implementada desde o ano passado e responde às avaliações momentâneas sobre o comportamento do mercado e da inflação.
A elevação dos juros teve início em abril de 2013, quando a taxa não passava de 7,25%. Inflação em alta resultou em seguidas elevações nos sete meses subsequentes, quando a taxa de inflação chegou a 10%, no encerramento daquele ano.
Em janeiro de 2014, pulou para 10,5% ao ser divulgada o acumulado do ano anterior (5,91% do IPCA, contra 5,84% de 2012). Em 28 de maio de 2014, a inflação tornou a crescer e elevou a taxa de juros para 11%.
Compatibilidade – A inflação chegou a sofrer uma pequena queda há cerca de três meses, mas, resistente, acabou por elevar o patamar dos juros para o atual patamar (11,25%) – numa escalada aderente à necessidade da situação.
“A política de juros varia de acordo com o momento da política econômica”, afirma o senador. Ele lembra ser preciso contextualizar a medida dentro cenário das novas perspectivas do mercado sobre o processo inflacionário. A inflação está ligeiramente acima (6,75%) do teto da meta (6,5%) anual, após o recrudescimento dos aumentos de preços registrados nos últimos meses.
A ação da presidenta Dilma, por meio do Banco Central e Copom, segundo Costa, foi a de emitir uma sinalização ao público da disposição para controlar a inflação, exatamente como colocou no discurso eleitoral, de não “dar tréguas” à carestia.
“Ela (a presidenta) precisa fazer uma sinalização à sociedade de que vai ser implacável com a inflação, não vai deixar de tomar as medidas necessárias ao seu combate”, justifica senador.
Márcio de Morais, da Agência PT de Notícias.