O ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, nomeado para o cargo pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, disse ao Ministério Público Federal ter repassado propina ao ex-presidente do PSDB Sérgio Guerra. Segundo informação da “Folha de S.Paulo”, o suborno foi pago a Guerra para ajudar a esvaziar uma Comissão Parlamentar de Inquérito criada para investigar a Petrobras, em 2009.
Sérgio Guerra, então senador tucano por Pernambuco, era membro da CPI e presidia o PSDB. Ele morreu, em março, e foi sucedido por Aécio Neves, candidato do partido à Presidência da República. Ele teria recebido a propina a pedido de empresas prestadoras de serviços à Petrobras incomodadas com as investigações.
De acordo com a “Folha”, o falecido senador foi citado em um dos depoimentos prestados por Costa, dentro do processo de delação premiada relativo à Operação Lava Jato, da Polícia Federal.
A notícia da participação de um ex-presidente do PSDB nas denúncias de corrupção da Petrobras acerta em cheio a principal manobra política dos tucanos na campanha eleitoral: a de criminalizar o governo do PT a partir da delação de Paulo Roberto Costa.
O tema tem sido usado exaustivamente por Aécio Neves, tanto nos programas eleitorais como em debates com a presidenta Dilma Rousseff. Os depoimentos de Costa, vazados seletivamente durante a campanha do segundo turno, têm sido, até agora, tratados como verdade absoluta pelo PSDB.
Isso significa, portanto, que o envolvimento do nome de Sérgio Guerra no caso também deverá ter o mesmo tratamento.
Por Leandro Fortes, da Agência PT de Notícias