Em artigo na Folha de S.Paulo, Dilma Rousseff chama seleção de símbolo da nacionalidade e afirma que, mesmo presa na ditadura, sempre torceu pelo Brasil
Em artigo publicado, hoje (15), na Folha de S.Paulo, a presidenta Dilma Rousseff recorda o tempo em que foi presa durante o regime militar e o sentimento dela sobre o Brasil naquele momento. O ano da prisão, 1970, era também o da Copa do Mundo no México, e, mesmo presa e torturada, Dilma nunca deixou de torcer pela seleção brasileira de Pelé, Tostão, Carlos Alberto Torres e Rivelino.
“Vivíamos sob uma ditadura. Não havia direito de manifestação, direito de organização, direito à divergência. Havia tortura, perseguição e repressão. Mas essa nunca foi a questão. Eu e as minhas companheiras de cela nunca tivemos dúvidas e todas torcemos pelo Brasil, porque o futebol está acima da política”, escreveu.
Segundo Dilma, naquela época, muitos acreditavam que, ao torcer pelo Brasil, estariam fortalecendo a ditadura militar. “Para mim, esse dilema nunca existiu”, conta a presidenta.
De acordo com ela, a oposição à seleção diminuiu no decorrer dos jogos, até sumir por completo. “Todos que estavam na cadeia e os que estavam fora torceram, de forma apaixonada, pela seleção brasileira”, lembrou. Para Dilma, a seleção brasileira de futebol está acima da política, pois representa a nacionalidade do povo.